O governo brasileiro começou um plano para diversificar as exportações para a China, depois que o país asiático passou a ocupar em abril o primeiro lugar na lista de principais compradores do Brasil.
Um levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) indicou 26 setores em que as empresas brasileiras poderiam ampliar sua participação no mercado chinês. Entre eles, autopeças, siderúrgicos, computadores, motores de veículos, aviões, químicos, celulose e papel, carnes e fertilizantes.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva viajará a Beijing na próxima semana e vai divulgar produtos brasileiros com alto valor agregado, como aviões da Embraer, e produtos que estão sofrendo restrições, como as carnes. Lula também deve estimular o aumento dos investimentos bilaterais.
"O presidente vai insistir nos produtos que têm grande impacto na balança comercial", afirmou o secretário do Comércio Exterior, Welber Barral. Cerca de 180 empresas brasileiras, de vários setores, foram convidadas para um encontro com Lula e empresários chineses no dia 19 de maio.
Barral informou que o Brasil representa apenas 1,4% do que a China compra do mundo e que, para ampliar o comércio bilateral, o governo deve vencer as resistências em casa. Ele disse que alguns empresários brasileiros se mostram reticentes, seja por questão cultural ou pelo alto custo da promoção comercial na China. Para resolver essas questões, a Agência de Promoção às Exportações (Apex-Brasil) vai abrir um escritório em Beijing.
O objetivo agora é transformar a pauta exportadora brasileira para China de produtos básicos para de alto valor agregado. No primeiro quadrimestre de 2009, 76,5% do que a China comprou foram básicos e 23,1% industrializados. E a China vendeu 2,3% de produtos básicos para o Brasil e 97,7% de industrializados. Fim