O lugar ficou historicamente conhecido após a queima de 20 mil caixas de ópio de traficantes ingleses. Isto foi em 1839.
Hoje a história é outra. Sendo uma das cidades mais abertas da China, Dongguan abriga o maior número de brasileiros que vivem na China. São mais de cinco mil, a maioria gaúchos.
Gustavo e Daniele formam um casal. Gustavo é cozinheiro num restaurante brasileiro que se chama Boteco. Segundo ele, em Dongguan os brasileiros dedicam--se, sobretudo, ao setor de calçado. Ele herdou o gosto pela China com um tio, que vive em Dongguan há mais de dez anos.
Gustavo chegou curioso e queria saber mais sobre a cultura. Faz um ano que vive aqui e disse que gosta muito da cidade, pois tem uma vida confortável. No seu bairro, ele está perto de tudo. São cinco ou seis shoppings apenas no bairro onde vive. Isso é impossível no Brasil, sublinhou. Além disso, esta é uma cidade segura, onde não se ouve falar de violência e, ao contrário da sua terra no Brasil, em Dongguan criou o costume de passear à noite.
Muitos dos produtos made-in-China são fabricados em Dongguan. Ao falar sobre esses produtos, Gustavo disse que são baratos e de boa qualidade. E essa é a diferença de Dongguan para os outros lugares, em que o barato significa má qualidade. Aqui, em Dongguan, consegue-se criar um equilíbrio entre os dois fatores.
Daniele é professora em uma escola brasileira de Dongguan. A escola, dirigida a alunos brasileiros e com um programa igual ao do Brasil, oferece disciplinas como o chinês, inglês, português, matemática e história. Também aqui se celebram as festividades nacionais. Desta forma, é possível criar um ambiente semelhante ao de casa. No futuro, a maioria das crianças deve regressar ao Brasil e é importante que conheçam a sua própria cultura.
E por falar de futuro, o casal planeja ir para Guangzhou, uma cidade com maior mercado. Gustavo espera abrir um bar na capital da província de Guangdong.