Essa notícia marca a chegada de mais uma marca chinesa no mercado brasileiro. Antes disso, a BYD Auto também resolveu investir mais de US$100 milhões no Brasil para produzir ônibus elétricos, sendo esse o maior projeto de investimento no estrangeiro da BYD Auto até agora.
Nos últimos 10 anos, as empresas de automóveis da China tais como Chery, Geely, Dongfeng Motor, Foton e JAC entraram no mercado de carros pequenos e de classe mais baixa através da exportação e montagem na fábrica local. Gradualmente, foram ampliando suas escalas de produção e venda.
Uns especialistas afirmam que as marcas de automóveis da China possuem um maior custo-benefício e uma melhor capacidade de inovação. Isso pode ajudá-las a adquirir uma melhor fatia de mercado em um setor bastante competitivo. Porém, tendo em conta que as empresas chinesas chegaram mais tarde, para consolidar os seus mercados, têm de reforçar a sua própria construção de marca e preparar-se bem para uma guerra prolongada.
O Brasil é o 4º maior mercado de automóveis, o potencial do mercado da América Latina é muito grande
A tiragem do carro Dorsett EC7 vai ser montada no Uruguai e depois será vendida no Brasil. O modo de operação é que a estampagem será feita na China, e a soldadura, pintura e montagem serão operadas na fábrica de Nordex, parceiro de Geely sediado em Montevidéu, capital do Uruguai.
No momento, a capacidade máxima de produção anual pode chegar a 20.000 unidades. Essa estratégia visa aproveitar as vantagens do MERCOSUL, desfrutando da taxa de tributação preferencial do Brasil. De fato, antes da Geely, a Lifan já tinha estabelecido uma base de produção de 50.000 veículos por ano no Uruguai.
A Nordex é uma fábrica profissional de montagem de automóveis competente com uma história de mais de 50 anos, também já montou os veículos da Renault, Citroen e Peugeot. O responsável pelo departamento de engenharia de Nordex, Guilherme, disse que escolher um parceiro local ajuda as empresas chinesas nos problemas de lei, ambiente e relações trabalhistas, evitando-se riscos e ganhando-se tempo.
De fato, muitos países da América Latina possuem grandes potenciais de consumo de automóveis. Sendo o 4º maior mercado de automóveis do mundo, o Brasil tem uma quota expressiva no mercado na América Latina e é o campo de batalha para muitas empresas de automóveis. Em 2012, o número de veículos vendidos no Brasil bateu o recorde, chegando a 3,8 milhões. O ex-presidente da Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores), Luiz Gandini, disse que as vendas de automóveis no Brasil vão subir continuamente e possuem boas perspectivas.
Os veículos chineses têm um grande custo-benfício, os serviços são ainda melhores do que as marcas europeias e americanas
O Luís é um funcionário do Banco do Brasil no Rio de Janeiro e comprou um carro de Chery. Ele alegou que este carro tinha dispositivos internos completos, aparência bonita e o mais importante é o custo-benefício. O preço foi muito competitivo entre os produtos similares. Gandini também concorda que o custo-benefício dos carros chineses pode ganhar uma grande clientela.
Os serviços pós-venda das empresas chinesas também são admirados pelos consumidores da América Latina. Gandini mencionou que depois que as marcas chinesas entraram no mercado brasileiro, já promoveram os serviços pós-venda de todo o mercado. Essas iniciativas fizeram com que as outras empresas de automóveis no Brasil começassem a mudar as suas estratégias de serviços pós-venda. É entendido que os termos de garantia pós-venda de Geely e JAC são muito melhores do que as empresas europeias e americanas. Leonardo, vendedor de um centro comercial do Rio de Janeiro comprou um carro de JAC por causa dos serviços.
Outros especialistas também consideram que, baseando-se no imenso mercado de consumo interno da China, as marcas chinesas possuem técnicas de fabricação relativamente maduras e ainda estão a melhorar. Uma boa capacidade de inovação e adaptação pode também ajudá-las a conseguir uma fatia de mercado dentro de uma competição rigorosa.
As empresas chinesas ainda vão passar por uma "guerra prolongada" com as empresas europeias e americanas
Todavia, para integrar no mercado da América Latina, as empresas de automóveis da China também têm muito para se preocuparem, por exemplo, o nível de desenvolvimento do mercado do Brasil não é alto, as leis e regulamentos, o sistema de proteção trabalhista e o sistema tributário são muito rigorosos. Por isso, as empresas chinesas precisam fazer pesquisa, ter um claro posicionamento das suas marcas, construir uma boa imagem da marca e procurar distribuidores de canais aptos.
O vice-presidente da Geely, Zhang Lin, alegou que o produto tinha que se adaptar ao mercado local. Desta vez, o parceiro da Geely, o Gandini Group, não é só revendedor da Volkswagen, mas também é o distribuidor da Kia Motors. O grupo tem uma boa reputação e excelente capacidade de distribuição. A Geely colaborou com o Gandini e fizeram em conjunto muitas investigações preliminares sobre o mercado.
O ex-presidente da Ford no Brasil, Ivan Silva, vai assumir o cargo do presidente da empresa filial da Geely no Brasil. Ele afirmou que o custo-benefício não pode ser o gargalo do desenvolvimento das empresas de automóveis da China e que reforçar a construção da própria marca é um passo importante para ocupar o mercado latino-americano. Desta vez, a escolha do Dorsett EC7 para integrar no mercado brasileiro é uma maneira de aumentar o valor da marca e entrar no mercado da classe média.
Silva ainda enfatizou que para consolidar as suas posições, as empresas chinesas têm que se preparar bem para uma "guerra prolongada". Ele explicou que as marcas mais populares no Brasil como Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford já estão no Brasil há dezenas de anos. O Zhang Lin também mencionou que mesmo que as empresas de automóveis da China tenham entrado no mercado brasileiro mais tarde, podem tirar lição das empresas europeias e americanas. Ele acredita que as empresas de automóveis da China têm um futuro brilhante.
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