Depois do meio-dia, Stephanie, que adota também o nome chinês "Zhao Feng", entra no período mais tenso do dia. Stephanie trabalha como instrutora de estudantes de uma instituição educacional norte-americana dedicada ao intercâmbio acadêmico em Pequim. À tarde, ela está sempre rodeada pelos recém-chegados para ajudá-los a resolver problemas associados com o estudo e a vida em Pequim.
"O meu trabalho é assim mesmo. Eu sei o quão importante é para eles terem uma experiência de estudo no exterior. Sinto que eu preciso realmente trabalhar bem para eles."
Stephanie estudou na Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim. Naquela altura, sentiu profundamente que para um estudante estrangeiro, a barreira de língua e a nova situação que envolve instalações educacionais, métodos de ensino e disposição de cursos diferentes a que se acostumou podem tornar-se num grande obstáculo para se adaptar ao novo ambiente. O choque entre a cultura ocidental e a oriental gera muitas vezes embaraços ou mal-entendimento desnecessários. Por isso, depois de terminar a faculdade, Stephanie decidiu retornar a Pequim e trabalhar como uma instrutora, ao invés de ir à embaixada ou câmaras de comércio.
"Eu também acho que o trabalho na embaixada é muito bom. Era o que eu queria fazer antes. Agora sinto-me que me convém mais o trabalho relacionado com pessoas que estudam no exterior. Em fevereiro do ano passado, comecei a me candidatar à vaga da instituição onde eu trabalho agora. Acho que estudar no exterior é uma experiência muito necessária para qualquer um, porque assim fica a saber como é que é o mundo fora."
Agora muitos projetos de intercâmbios acadêmicos dispõem de instrutoras para os participantes poderem se adaptar melhor ao novo ambiente de estudos. Além de ajudar os estudantes a resolver problemas que encontram na vida cotidiana e no estudo, uma instrutora organiza também atividades culturais ou esportivas e às vezes, precisa tratar de casos emergentes. Como Stephanie estudou e viveu em Pequim, ela pode compartilhar suas próprias experiências com outros. Stephanie falou assim sobre o trabalho dela.
"O importante é organizar atividades para eles poderem interagir com os chineses ou conhecer a cultura chinesa. Por exemplo, na próxima semana teremos uma festa, chamada Noite de Las Vegas. Terá jogos de mahjong e pôquer. Cada semestre, estudantes vão viajar a outras cidades chinesas por duas semanas."
A Stephanie disse que muitos estudantes que chegam a Pequim sentem que não conseguiriam adaptar-se. Perderam consequentemente a confiança. O que ela sugere é manter a mentalidade chamada de "copo vazio". Já que estão em Pequim, precisam se aproximar à cultura e à tradição deste país.
"Quer dizer, quando o seu copo está cheio, não vai descobrir os aspectos positivos da China. Mas quando deixa seu copo vazio, consegue aceitar novas coisas."