Nos últimos anos, o número de alunos internacionais a estudar em Beijing tem aumentado consideravelmente, existindo atualmente estudantes de mais de 180 países e regiões a estudar na cidade. Entre outras razões, o desenvolvimento rápido da capital chinesa e cimentação da reputação das universidades locais poderão ajudar a explicar a tendência. Para os alunos que elegem Beijing para desenvolver o seu curriculum acadêmico, a cidade não é apenas um lugar onde podem encontrar a cultura chinesa e aprender mandarim, mas também um lugar onde é possível concretizar os seus sonhos.
Brain Gonzalez é um argentino que estuda na Universidade de Estudos Internacionais de Beijing há mais de três anos. Ele tem grande interesse na língua e pintura chinesa, levando a que os seus amigos considerem que Gonzales tem um coração chinês. O próprio argentino diz que se acostumou facilmente à vida na China.
O inverno de Beijing e o inverno da Argentina são parecidos, com a diferença de que em Beijing é mais seco. Devido a isso adotei o costume de beber água quente na China. Os argentinos nunca bebem água quente, mas eu acho que é um hábito que me ajuda a defender da secura e do frio de Beijing.
À semelhança de outros alunos estrangeiros, Gonzalez escolheu vir para a China devido ao interesse e entusiasmo que sente em relação à cultura e língua chinesas, uma paixão que teve início quando o jovem tinha apenas 15 anos.
Na escola secundária, meu professor de geografia nos falou da China, referindo a política do filho único e muitos outros aspectos ligados ao país. Nesse momento eu decidi aprender chinês.
Depois de aprender chinês por cinco meses, Gonzalez participou num concurso de intercâmbio de mandarim na Argentina, tendo ficado em segundo lugar. Ele recebeu também uma bolsa de estudo atribuída pela embaixada da China na Argentina. Todo o processo da partida de Gonzalez para a China decorreu sem problemas. O visto para entrar no país foi-lhe concedido em apenas três dias.
O processo de aplicação para o visto foi um passo fácil no meu caminho para a China. A embaixada da China entregou-me o visto apenas 3 dias depois de o ter pedido. A única dificuldade que senti foi na preparação dos documentos pedidos.
Apesar de estar bem adaptado à vida da cidade, Gonzales diz que essa foi a maior dificuldade sentida ao início. Ele partilhou, na entrevista que nos concedeu, a sua experiência. Antes de chegar a Beijing, ele considera ser importante conhecer a cultura e costumes chineses. E depois de chegar ao país, procurar o contato com os outros é também fundamental.
As universidades da China têm diversos polos e incluem dormitórios. O campus é um espaço grande, como os alunos vivem nos dormitórios a vida é muito conveniente. Eu demorava apenas 5 minutos para chegar na sala de aula. Os chineses são pessoas muito hospitaleiras, disponibilizando-se sempre para serem meus parceiros de língua. Atualmente, eu sou o presidente da associação de estudantes internacional da universidade e nos tempos livres me dedico a organizar atividades como a Festa de Cultura Internacional.
O amor de Gonzalez por Beijing tem se aprofundado. Para ele, Beijing é uma cidade aberta e inclusiva. Sendo um aluno internacional já experiente, ele deixa uma sugestão para os outros estrangeiros: "visitem mais o patrimônio histórico da cidade, experimentem passear por mais hutongs tradicionais e conheçam mais a cultura local".
O primeiro hutong que visitei foi Nan Luo Gu Xiang, mas não gostei muito porque a rua está cheia de lojas estrangeiras. Depois dessa experiência, comecei a visitar outros hutongs mais tradicionais nos distritos de Dong Cheng e Xi Cheng dos quais gostei, percebenbo o porquê de serem um símbolo especial de Beijing. O Parque de Jing Shan é o local de que eu mais gosto mais, porque consigo ver toda a cidade e é um lugar bonito e tranquilo.
Atualmente, as disciplinas mais frequentadas pelos alunos internacionais mudaram de cursos tradicionais tais como Chinês, Medicina Chinesa ou Ópera de Beijing para cursos mais práticos como Ciências, Economia ou Administração. A maioria dos alunos frequenta mais de um curso simultaneamente, combinando o chinês com um segundo curso.
Falando sobre planos para o futuro, Gonzalez disse que Beijing não é apenas uma cidade de cultura tradicional, oferecendo também oportunidades para a realização dos seus sonhos. Com o aumento da cooperação comercial e econômica entre China e os países da América Latina, ele espera fazer a ponte entre as duas partes.
Eu me preparei fazendo um mestrado na área de comercio internacional na Universidade de Estudos Internacionais de Beijing. De momento estou estudando com outros colegas estrangeiros, mas, no futuro, quero estudar junto com os alunos chineses
A China ainda reserva muitas novidades para este argentino. A vida de Gonzalez na China se desenvolverá pelos mais diversos caminhos.