Por globo.com
Chineses oficializam nesta quinta-feira troca de líderes da cúpula do regime.
'Desenvolvimento chinês oferecerá enormes oportunidades', diz Qingqiao.
A troca dos líderes da cúpula do regime chinês, prevista para esta quinta (15), representará um "futuro próspero" que será positivo para o Brasil, afirmou ao G1 o embaixador interino Zhu Qingqiao - o titular, Li Jinzhang, não está no Brasil porque participa do 18º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em Pequim.
Em entrevista por e-mail, Qingqiao disse que o crescimento do país "trará influências importantes para o mundo", inclusive para o Brasil.
"O desenvolvimento chinês oferecerá enormes oportunidades a todos os países incluindo o Brasil. Sendo ambos grandes países em desenvolvimento, a China e o Brasil contam com conceitos de desenvolvimento como referência um ao outro, vantagens complementares, gigante potencialidade e ampla perspectiva de cooperação", disse.
Para Qingqiao, as relações sino-brasileiras vivem "seu melhor período histórico", intensificadas após a visita do primeiro-ministro Wen Jiabao ao Brasil em junho.
A China é o maior destino das exportações do Brasil e o principal investidor do país nos últimos, segundo dados da embaixada. Além das relações bilaterais, os dois países mantêm coordenações conjuntas no G20, ONU e Brics.
"Na conjuntura internacional atual, reforçar a cooperação sino-brasileira assume significado importante", afirmou o embaixador interino.
Reforma
Questionado sobre a reforma democrática anunciada pelo presidente Hu Jintao, o embaixador interino afirmou que, graças à abertura econômica nos últimos 30 anos, a China se desenvolveu de maneira acelerada.
A reforma da estrutura política, como Qingqiao descreve a abertura, abriu caminho para o "socialismo com características chinesas". Agora, segundo o embaixador, é preciso insistir nesse tipo de socialismo.
O relatório do congresso inclui capítulo sobre como insistir no caminho de desenvolvimento político do socialismo com as "características chinesas".
Dentre as sete tarefas para se alcançar o socialismo chinês, o relatório diz que é preciso "apoiar e garantir o exercício do poder do Estado pelo povo através das assembleias populares" e "aperfeiçoar o sistema democrático socialista de consulta".
Segundo Qingqiao, com a cartilha sobre o socialismo, "os direitos democráticos do povo chinês vão ser mais abrangentes e efetivos".