Nos últimos anos, com dedicados esforços, a China vem acelerando o percurso de disponibilização de livros chineses no mercado internacional. Dados oficiais mostram que, em 2011, a China exportou mais de 5,900 itens sujeitos a direitos autorais no setor livreiro, um recorde histórico. Em abril deste ano, na Feira de Livros de Londres, os livros chineses tiveram grande procura.
A Corporação Nacional de Importação e Exportação de Publicações da China (CNPIEC, sigla em inglês) é a maior empresa de comércio exterior de publicações do país, responsável por mais de 30% da totalidade das exportações nacionais do setor. Por muitos anos, a empresa tem assumido a tarefa de divulgar a cultura chinesa no exterior. O vice-gerente-geral da companhia, Zhu Chaoxu, considera que o comércio de livros chineses se está afirmando no palco mundial e tem obtido êxitos. Falta ainda, no entanto, ao setor editorial chinês um maior conhecimento sobre o mercado internacional.
"Ainda não estamos familiarizados com os meios de operação do setor editorial internacional. Por um lado, temos que nos aperfeiçoar em diversos aspetos, por exemplo, pontos de venda e marketing. Por outro lado, precisamos reforçar cooperações internacionais que se limitam agora aos direitos de autor."
A CNPIEC vem há muitos anos se empenhando na cooperação internacional, com o fim de localizar as melhores vias de venda. Zhu Chaoxu explicou:
"A nossa companhia está aproveitando as vias externas para a venda de livros chineses. Por exemplo, a Tohan é a maior companhia de publicação e distribuição do Japão, possuindo uma rede que cobre todo o país. Através da parceria firmada com esta empresa, os livros podem ser lançados no mercado japonês. A companhia Popular Holdings, de Singapura, é a maior distribuidora de livros do Sudeste Asiático e conta com uma cadeia de mais de cem lojas. Colaborando com esta empresa, poderemos promover livros chineses em mercados onde esta atua."
Além da exportação de livros, a CNPIEC vem priorizando a publicação local de livros nos últimos anos. Na opinião de Zhu Chaoxu, devido ao obstáculo da língua, os livros chineses são transacionados dentro da comunidade chinesa nos países estrangeiros, mas não entram verdadeiramente no mercado local. Por isso, uma aposta no envolvimento local da publicação de livros torna-se cada vez mais importante.
"Atualmente, tornar a produção de livros numa ação local é uma das prioridades da nossa companhia. Nos últimos anos, estabelecemos empresas de capital misto de publicação e distribuição em vários países e regiões tais como Austrália, Estados Unidos, Reino Unido e França. Assim, a companhia pode desenvolver mais negócios no exterior, mas não se limita apenas à importação e exportação."
A editora E-Star Press é uma empresa de capital misto criada pela CNPIEC em Vancouver, no Canadá, publicando principalmente livros em inglês relacionados à China. O chefe da editora é Li Daqing, um chinês com nacionalidade canadense. Ele acha que editoras como a E-Star Press possuem vantagem na divulgação da cultura chinesa.
"A nossa vantagem consiste em termos um conhecimento direto sobre os hábitos de leitura das pessoas locais e o que eles querem saber sobre a China. Podemos assim publicar livros com conteúdo chinês de acordo com a procura do mercado."
Segundo Li Daqing, a sua editora já publicou dezenas de livros que apresentam a China. Na opinião dele, para os estrangeiros aceitarem mais facilmente os livros chineses, o setor editorial chinês tem que levar em consideração uma adaptação dos conteúdos dos livros.
"A nossa editora publicou um livro voltado às crianças sobre a aprendizagem de letras do inglês. Todas as crianças, no início, têm que aprender as 26 letras do alfabeto. Para a primeira letra, o 'A', os livros locais escolhem geralmente a palavra 'Apple' (maçã, em inglês). Nosso livro, usou a palavra 'Acupunture', a acupuntura chinesa. E na letra 'D', usamos a palavra 'Dragon', dragão."
Li Daqing acha que o livro desempenha um papel importante na divulgação da cultura, pois é um importante portador da mesma, quer seja em papel ou em suporte eletrônico.
"Para um estrangeiro, é impossível visitar todos os lugares da China. Mas, com um livro, já pode ficar a conhecer o país. Por isso, temos de aproveitar mais este meio para apresentar a cultura chinesa ao mundo."