Os camponeses chineses não estavam, no passado, cobertos por sistema de seguro médico. Muitos deles não ousavam entrar no hospital mesmo que tivessem doenças. Em 2003, o governo chinês promoveu o seguro médico cooperativo nas áreas rurais, aliviando assim a pressão dos camponeses na área de saúde.
Li Jie, filho de um casal camponês do distrito de Jinshan, na província de Hubei, no centro da China, nasceu com uma cardiopatia congênita. Recebeu o tratamento necessário apenas aos 15 anos, quando a família foi integrada no sistema de seguro médico cooperativo. Antes disso, a família dele não tinha condições para pagar a operação.
"Aderimos ao sistema em 2006. Aí, levamos nosso filho ao hospital", contou o pai de Li Jie, "Ele ficou hospitalizado durante 12 dias, o que custou no total US$ 5.600. Graças ao seguro, pagamos somente US$ 2.500."
Por altura da fundação da República Popular da China em 1949, o país estava carente em recursos médicos. Um grupo de especialistas foi treinado e enviado para as zonas rurais. Os camponeses chineses os chamavam de "médicos descalços". Com a promoção da política de Reforma e Abertura, lançada em 1978, esses médicos semi profissionais vêm saindo do palco da História. O sistema de seguro médico cooperativo passa a ser o primeiro investimento nacional liberado pelo governo chinês para resolver o problema sanitário dos moradores nas áreas rurais.
Conforme o mecanismo, o governo, o coletivo e o indivíduo partilham os custos gerados na consulta médica. Atualmente, 832 milhões de camponeses integram o sistema, o que corresponde a sensivelmente 96,3% da população rural.
Desde 2009, o governo central vem investindo US$ 10 bilhões na construção de 33 mil hospitais de nível distrital para facilitar ainda mais as consultas médicas aos camponeses.