Há dez anos, era um sonho para os chineses ter um carro próprio, quando os automóveis privados não eram apenas um meio de transporte, mas também um símbolo de status e classe social. Ao longo da última década, com o crescimento rápido da economia chinesa e o aumento considerável da renda da população, o número de veículos dos chineses também subiu drasticamente. Porém, ao mesmo tempo em que traz conveniência à vida, a expansão de automóveis também causa problemas como congestionamento e poluição do ar.
O número de veículos de Beijing, capital chinesa, chegou a cinco milhões em fevereiro de 2012, três milhões a mais em 2002. Cerca de 70% deste volume de aumento se deve aos carros particulares. Para controlar a alta vertiginosa do número de automóveis e promover o transporte ecológico, o governo municipal de Beijing adotou uma série de medidas, tais como rodízio de placas e sorteio de licenças para os carros recém-comprados. Ao mesmo tempo, investiu muito na melhoria do sistema de transporte público.
O senhor Xu, que mora no distrito de Tongzhou, no leste de Beijing, sentiu no dia-a-dia o desenvolvimento do transporte público da cidade. Ele sai de casa às 7h da manhã todos os dias para trabalhar no Distrito Comercial Central (DCC), a 15 quilômetros de distância. Antigamente, o ônibus levava 40 minutos. Em 2011, foi aberta a pista exclusiva para ônibus entre Tongzhou e o DCC, iniciativa que ajudou a diminuir em 15 minutos o tempo do trajeto para o senhor Xu.
O aumento da velocidade dos ônibus não apenas contribuiu para a redução do tempo no caminho dos habitantes, como também possibilitou o transporte de mais 30 mil pessoas todos os dias. Xu Kangming, especialista do setor, afirmou que nos últimos dez anos, o sucesso da aplicação do sistema de ônibus de alta velocidade em Beijing mostra que o transporte público é um meio correspondente à situação da China e supre à demanda do povo. "Consideramos que o desenvolvimento do transporte na China deve seguir o caminho de baixo consumo energético, baixa poluição ambiental, baixo consumo de terra, baixo gasto e baixo custo para os habitantes. O sistema de ônibus de alta velocidade se encaixa nesta tendência."
O desenvolvimento do metrô também foi acelerado nos últimos anos. Prevê-se que o total de linhas em operação chegue a 430 quilômetros até o final de 2012. O conselheiro-chefe do Instituto de Construção da China, Tan Qinglian, apontou que o desenvolvimento do deslocamento sobre trilho de Beijing reflete a evolução do sistema de transporte público da cidade. Ele destacou que a carga pesada da condução de Beijing pode ser aliviada uma vez que o uso de transporte público chegue a 70%. Com os esforços constantes, este índice já atingiu 50%.
Para incentivar os meios de transporte ecológicos, Beijing lançou no último mês de junho, o programa piloto de bicicletas públicas em dois distritos. Ao todo, são 2.000 bicicletas disponíveis para alugar. Cerca de 2.300 pessoas já compraram o cartão de aluguel.
Com a diversificação dos meios de transporte ecológicos, cada dia mais habitantes de Beijing optam por usar o sistema de transporte público. Por exemplo, para trabalhar, em vez de carro, um crescente número de pessoas passou a ir de bicicleta até a estação de metrô, de onde seguem para o local de trabalho.
Estatísticas mostram que o uso de carros particulares registrou queda pela primeira vez em 2011 e o índice de congestionamento continuou caindo. O conceito de transporte ecológico está sendo aceito e seguido cada dia por mais chineses.