Desde 2001, ano em que a China ingressou na Organização Mundial do Comércio (OMC), o investimento feito pela União Européia na China cresceu rapidamente. Entre 2003 e julho de 2012, mais de 21 mil empresas européias já investiram neste país cerca de 54 bilhões de dólares. Em comparação com 2003, o investimento europeu em 2011 aumentou 58,7%.
"Na última década, a China tornou clara a sua política sobre a utilização do capital estrangeiro e melhorou o ambiente para o investimento, com o mercado mais aberto e o sistema jurídico mais transparente," disse a vice-diretora do Investimento Estrangeiro do Ministério do Comércio da China, Qiu Lixin.
Desde 2002, a China acelerou a transformação do modelo de crescimento econômico e estimulou as empresas estrangeiras a investirem no setor de serviço, manufatura avançada, alta tecnologia e indústria estratégica. Ao mesmo tempo, a União Européia ampliou os aspectos de investimento na China, transferindo de manufatura tradicional para o setor de serviço, compra de empresas e investimento de risco.
Devido à crise financeira, a União Européia reduziu o investimento na China neste ano. Entre janeiro e julho de 2012, o investimento prático europeu reduziu 2,7%. No entanto, para o vice-diretor do Instituto da Economia Mundial do Centro de Pesquisa do Conselho do Estado, Ding Yifan, o investimento na economia real feito pela Europa tem registrado um aumento, devido a atração do mercado chinês. "Recentemente, na manufatura, o investimento europeu no país registrou um aumento. O mercado chinês mantém sua atração para os europeus."
Segundo uma sondagem divulgada pela China em maio passado sobre a confiança comercial, 26% das empresas europeias entrevistadas disseram que mais de um quarto da sua renda global vieram da China. E 44% revelaram que mais de 10% dos seus rendimentos são provenientes da China. "A China se tornou o maior mercado para muitas mercadorias européias, por isso, muitas empresas querem estabelecer neste país suas fábricas ou centros de pesquisa, como Volkswagen e Audi." Afirmou Ding Yifan.
Com o reforço do poder nacional, o governo chinês estimulou as empresas chinesas qualificadas a investir no exterior. A crise financeira trouxe também oportunidades para empresas chinesas que quiseram investir na Europa. "Os bancos europeus não conseguem dar apoio financeiro à economia, mas muitas empresas de manufatura necessitam de dinheiro e acenam às empresas chinesas", disse Ding Yifan. E complementou: "O investimento chinês as ajudou a saírem da crise, o que é benéfico para ambos."
Após a crise financeira, as empresas chinesas aceleraram o passo para investir na Europa, entre os projetos de destaque, está o do Porto Peiraievs (Grécia), que recebeu investimento da COSCO, a compra da Volvo pela empresa chinesa Geely, a aquisição da Putzmeister, um gigante da manufatura da maquinaria alemã, pelo Grupo SANY.
O ministro conselheiro da embaixada chinesa na França, Wu Xilin, tem uma boa confiança na expectativa sobre o investimento chinês na Europa. "A China terá vantagem de capital e mercado durante um longo período, então, vimos com bons olhos o investimento no exterior."