Entramos no último dia da viagem de cobertura dos 90 anos do Partido Comunista da China pela província de Guizhou. Deixamos o hotel em Zunyi e fomos à "Rua Vermelha", em homenagem à entidade, bem ao lado do Museu da Reunião de Zunyi. Chegamos muito cedo e as lojas ainda estavam abrindo.
O local é como uma feira de produtos regionais e artesanatos, como as que encontramos em vários locais do Brasil. Se vende de tudo. Desde Moutai e outras bebidas típicas, até miniaturas de Mao Tse Tung, além de camisetas, baralhos, jogos e outros artigos relacionados ao partido. Os chineses adoram comprar. Locais como este, se encontra em todos os cantos do país e estão sempre cheios de gente.
Deixamos a cidade de Zunyi rumo à capital da província, Guiyang. No caminho, almoçamos em um restaurante à beira do Rio Wujiang. As refeições são um capítulo à parte na província de Guizhou. Sempre muito fartas. Os chineses têm o costume de sempre fazer comida mais do que suficiente para que não pareça que falta algo aos convidados. São feitas sempre em mesas redondas e geralmente com um mecanismo giratório ao centro para que todos tenham acesso aos pratos.
Diferentemente do Brasil, onde normalmente temos um prato principal, aqui são vários diferentes, com todos os tipos de carnes e vegetais. Basta provar um pouco de cada para ficar satisfeito. Mas se você não está acostumado com pimenta, tome cuidado. Aqui na província de Guizhou, a comida é muito apimentada, assim como na Bahia e grande parte dos estados do Nordeste brasileiro.
Nas ocasiões mais especiais, em que fomos recebidos por líderes e autoridades locais, estavam sempre presentes o Moutai ou outra bebida típica do local. O brinde com cada um dos anfitriões é essencial. Já o chá verde está presente em todas as mesas de Guizhou, até nos lugares mais simples.
No caminho à Guiyang, paramos ainda no antigo Campo de Concentração de Xifeng, que fica no distrito de mesmo nome. O local, que hoje abriga um museu, guarda intactas as contruções onde os comunistas foram presos, torturados e mortos pelos nacionalistas do Kuomintang. Dos milhares de militantes vermelhos que foram literalmente enjaulados no local, apenas 72 sobreviveram.
De volta à capital da província, percebemos o grande processo de mudança pelo qual passa a região. Lado a lado, grandes edificio, largas avenidas e vielas estreitas com construções muito antigas. Assim como em todos os lugares que passamos nesses quatro dias de viagem, vemos obras por toda parte. São prédios comerciais, residenciais, estradas, pontes, viadutos. Segundo nos informou o economista-chefe da Comissão de desenvolvimento e Reforma da Província de Guizhou, Zhang Ping, os camponeses com maiores dificuldades estão sendo incentivados a trabalhar na construção civil para que tenham um futuro melhor.
Pelo que vimos, a província de Guizhou já foi muito pobre e ainda guarda resquícios desta situação. Mas, com a ajuda do governo e do Partido Comunista da China, trabalha duro para mudar essa realidade. Justamente por isso, mantém muito viva a cultura vermelha e não cansa de homenagear a entidade, que teve aqui momantos crusciais de sua história e que agora completa 90 anos.