Logo no caminho de ida, nos deparamos com o mesmo problema de ontem, mas em menor intensidade: as estradas. Muito melhores que as que levam a Renhuai, mas ainda assim com alguns problemas. Bem menos movimentada e, talvez por isso, mais bem conservada. Uma dificuldade parecida com a do Brasil em relação a suas vias, principalmente na zona rural.
Outra semelhança com o país sulamericano é o grande número de plantações à beira da estrada. Mas não como os imensos campos de cana ou de grãos, como também se encontra aqui na China. No distrito de Meitan se destaca a agricultura familiar. Na primeira vila que visitamos, a Vila de Xinshi, a base da produção é arroz e criação de peixe, mas de uma maneira muito peculiar. Devido ao terreno acidentado, os camponeses construem pequenos diques, rasos, onde o arroz é cultivado. Para aproveitar esses espaços alagados, os peixes são criados juntamente com a plantação do grão. Os camponeses os vendem e ganham dinheiro desta forma.
As vilas do distrito de Meitan são muito próximas e têm o mesmo estilo. Com uma ajuda do governo, que pode chegar a 12 mil RMB, cerca de 3 mil Reais, os camponeses foram encorajados a reformar suas casas, formando uma arquitetura padrão. As ruas que ligam os povoados são muito bem conservadas, diferentemente das vielas de terra que encontramos na maior parte das zonas rurais brasileiras.
Todas as vilas contam com um espaço para a comunidade, com quadra de esportes e parquinho para as crianças. As escolas são bem equipadas, com bibliotecas e laboratórios de informática. Por isso acabam atraindo os estudantes para o caminho da educação. Muitos dos que conversamos não se importam de ter de caminhar até uma hora para chegar à sala de aula. Por conta disso, os camponeses são muito gratos ao governo e ao Partido Comunista da China.
Cada vila tem sua forma de demosntrar a gratidão e a mais comum é através da música. O vilarejo de Huang Jiaba, por exemplo, está organizando um concurso de corais, que acontece neste domingo, para homenagear os 90 anos do Partido. Hoje fomos assistir a um ensaio dos grupos, que vão interpretar as chamadas "músicas vermelhas". São canções conhecidas em toda a China que exaltam os comunistas. Outra vila que visitamos, a de Longfeng compôs sua própria música em homenagem ao PCCh. A letra de agradecimento destaca dez benfeitorias que o partido trouxe para a comunidade, como a ajuda na construção das casas, a construção de ruas e áreas de lazer.
No povoado de XXXX fomos conhecer a fábrica de chá verde. O local funciona como uma cooperativa, que compra a produção dos camponeses que vivem ao redor, mas também tem produção própria. O chá, além de ser um dos pilares da economia da região, faz parte da tradição local. Mais forte que o costume de tomar chimarrão dos "gaúchos", moradores do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Está presente em todas as refeições e alguns habitantes locais confessaram que nem tomam água, somente chá.
Por fim, conhecemos o Templo de Confúcio. Um local muito importante na história da China, que abrigou a Universidade de Zhejiang durante a invasão japonesa na Segunda Guerra Mundial.