Um pesseio pela história. Mais precisamente pelos anos cruciais para a consolidação do Partido Comunista da China. Assim é o Museu da Reunião de Zunyi. O local preserva intacta a casa onde foi realizada a conferência que tornou Mao Tse Tung membro permanente do comitê do Partido, em 1935.
Os anos que antecederam a reunião, foram marcados por conflitos sangrentos entre o próprio Partido Comunista e o Partido Nacionalista da China. Na época, o país ainda não era unificado e as batalhas pelo poder se espalhavam por todas as regiões.
O Partido Comunista da China era liderado por Bo Gu e Wang Ming, adeptos do Marxismo e do Leninismo, que seguiam estritamente os passos do comunismo da então União Soviética. A tática utilizada era a do enfrentamento. A ordem era combater diretamente os inimigos. O problema é que o Partido Nacionalista da China, liderado por Jiang Jie Shi, tinha mais recursos e armas. Com o apoio dos Estados Unidos, iniciou uma série de batalhas para eliminar o Partido Comunista.
Ao todo, foram cinco confrontos. Utilizando a tática do enfrentamento, os comunistas estavam cada vez mais enfraquecidos. Após a Batalha de Xiang Jiang e mais uma derrota, os membros do partido chegam a Zun Yi, na província de Guizhou. Então, entre 15 e 17 de janeiro de 1935, acontece aqui a reunião que mudaria o rumo da hostória do Partido Comunista e também de toda a China.
Contrários à intenção dos líderes Bo Gu e Li Ming, de partir para novas batalhas em outras províncias, membros do comitê, que acabara de ser restabelecido, decidem acatar as idéias de Mao Tse Tung, que é escolhido como membro permanente do Órgão dos Líderes Centrais do partido.
À partir daí, a entidade estabelece sua base em Guizhou, região montanhosa e de difícil acesso, onde reúne seus exércitos para se reestruturar. Pela primeira vez, o Partido Comunista da China decide adaptar as idéias marxistas e leninistas a sua própria realidade e não apenas seguir cegamente o comunismo russo.
Toda essa história é contada através de fotos, documentos e objetos dos participantes do encontro no Museu da Reunião de Zunyi. Construído em 1953, foi aberto ao público em 1955. Conta com materiais de uso pessoal dos líderes comunistas, como casacos, chapéus, bem como com documentos. Em destaque, esculturas em homenagem a todos os soldados e seus serviços prestados ao partido. Além disso, uma réplica da sala em que foi realizada a reunião, onde se vê, ao fundo, o retrato de Karl Marx.
O local já faz parte do chamado "Turismo Vermelho", que engloba os locais importantes para a história do Partido Comunista da China. Para este ano, com as comemorações de 90 anos de fundação do PCCh, espera-se um número ainda maior de visitantes. O Museu da Reunião de Zunyi é aberto todos os dias, das 8h30 às 17h45. O ingresso custa 40 yuans. Imprensa e idosos com mais de 70 anos não pagam. Se você não fala chinês, é importaante que leve um tradudor, já que não há material disponível em outras línguas.