Hoje é dia 5 de maio. Há quase três anos, um forte terremoto de oito graus na escala Richter abalou a região de Wenchuan, sudoeste da China. Ao longo desses anos de reconstrução, inúmeros voluntários vindos de todos os cantos do país chegaram e saíram da região, criando um novo futuro. Três anos depois do terremoto, repórteres da Rádio Internacional da China voltaram ao distrito de Beichuan, epicentro do tremor para testemunhar o nascimento de um novo milagre.
Chen Xiaoqiang vem da província de Shandong. Ele participou da reconstrução da zona afetada três meses após a tragédia. Foi a maior operação de assistência na história chinesa.
À época, para desenvolver os trabalhos de resgate de maneira mais eficaz, o governo chinês indicou 19 províncias ou municípios mais desenvolvidos para que cada um ajudasse na reconstrução de um distrito. Durante o período, a região afetada recebeu cerca de 100 mil voluntários. Zhang Ziqiang, cuja terra natal é responsável pela reconstrução de Beichuan, foi mandado para reconstituir três obras do distrito.
"Quando cheguei pela primeira vez a Beichuan, em outubro de 2008, os primeiros socorros já haviam terminado. A vida da população tinha voltado à normalidade. No entanto, eles ainda viviam nas tentas e casas temporárias. Só havia escombros pelas ruas."
O terremoto ficará para sempre na memória mais profunda da população de Beichuan. A tragédia deixou mais de 15 mil mortos e outros 4 mil desaparecidos apenas no distrito. Dos últimos três anos, Zhang Ziqiang passou mais da metade no local de obras, trabalhando duro e testemunhando a eficaz da recuperação.
A reconstrução de Beichuan, que custou 12 bilhões de renminbi, chegou a ter mais de 30 mil operários trabalhando em conjunto nos dias mais ocupados. As obras terminaram em Setembro do ano passado. No final de Janeiro deste ano, Chen Xiaoqiang regressou ao local para as comemorações de inauguração da nova capital do distrito Beichuan. Estava completamente diferente:
"O local fica mais povoado com o regresso dos habitantes locais. Quando nós saímos no ano passado, ainda era um local vazio. Agora é diferente, tem governo, tem moradores."
A nova capital de Beichuan possui 40 mil metros quadrados e conta com escolas, hospitais e fornecedora de água. Os condomínios novos, além de ter o estilo característico da etnia Qiang, são capazes de resistir a terremotos de até 8 graus na escala Richter. Até o momento, 96% já estão ocupados, com cerca de 7,4 mil famílias.
A reconstrução foca também nos efeitos ambientais. Chen Xiaoqiang nos explicou o conceito do design do Centro Cultural de Beichuan:
"O Centro Cultural de Beichuan é um projeto amigável ao meio-ambiente. Tendo como referência exemplos da Alemanha, o local foi concebido como um coletor de chuvas. As águas acumuladas são usadas para decorar o ambiente."
Além da infraestrutura, os construtores pensaram também no motor para o futuro desenvolvimento de Beichuan. Chen deu como exemplo a província de Shandong, que planejou o centro de produtos agrícolas, o parque industrial e a avenida comercial, todos com características da etnia Qiang, para que o local possa ter um desenvolvimento duradouro.
Hoje, quase três anos após o terremoto de Wenchuan, ficamos comovidos não apenas pelas grandes perdas humanas e materiais, mas também pelo que foi deixado por todos os voluntários no local.