Para muitos países e regiões, a participação da Expo Mundial de Shanghai é sua primeira oportunidade de se mostrar coletivamente na China. Para a região de Rhône-Alpes na França, no entanto, a viagem a Shanghai é para se reencontrar com "velhos amigos" e fazer novas amizades.
Rhône-Alpes, situada no sudoeste da França, é a segunda região mais desenvolvida daquele país europeu, atrás da apenas Paris. A região firmou, já em 1987, a relação amistosa com a cidade de Shanghai. Segundo o presidente da região francesa, Jean-Jack Queyranne, o elo entre Rhône-Alpes e a China remonta aos anos 20 do século passado.
"Rhône-Alpes firmou em 1987 a relação amistosa com Shanghai. São 24 anos de história. Entre 1921 e 1946, o Instituto Francês-Chinês de Lyon recebeu cerca de 500 talentos chineses das áreas econômica, científica e tecnológica, muitos dos quais viraram personalidades de peso na história chinesa, inclusive Zhou Anlai, Deng Xiaoping e Chen Yi. Posso dizer que as relações entre Rhône-Alpes e a China não se limitam àqueles 24 anos", contou Queyranne.
Queyranne disse esperar que tal amizade continue e que a participação na Expo de Shanghai eleve as relações com a cidade chinesa a um novo patamar. Segundo Queyranne, Rhône-Alpes leva ao Parque da Expo um pavilhão com baixo consumo energético. O controle da qualidade do ar, iluminação, preservação da temperatura, isolamento acústico e reciclagem de lixo empregam design especial que permite ao prédio consumir um quarto da energia que uma construção semelhante deve gastar. Com a iluminação especial, o pavilhão vira uma "cidade de luz" à noite, o que foi inspirado pela Festa da Luz, celebrada em Lyon, Capital de Rhône-Alpes. A superfície do pavilhão é decorada com imagens interessantes, que brilham sob a iluminação noturna.
"Em Lyon, celebra-se em 8 de dezembro a Festa da Luz, uma manifestação religiosa. Lyon vai se mostrar na Expo aproveitando esta festa", explicou Queyranne.
No piso mais alto do pavilhão de Rhône-Alpes, há uma escola de culinária francesa e um restaurante francês, que devem ensinar a culinária tradicional da região, em junho, a 120 estudantes chineses do Instituto de Turismo de Shanghai. Para Hervy Fleury, diretor da Escola Paul Bocuse, a França é atraída pela cultura chinesa, e vice-versa. As culinárias dos dois países fazem parte dessa atração.
"Esperamos juntar o conceito de serviço do restaurante Paul Bocuse com elementos chineses. Isso é o fruto de trabalho de estudantes ddos dois países. Acredito que, em junho, os visitantes guardarão uma boa memória sobre a exibição e as comidas que provarão aqui", disse Fleury.
Segundo o presidente Queyranne, com a participação na Expo, a região francesa quer, não apenas mostrar a elite da cultura francesa, mas também conhecer novos amigos para trazer oportunidades comerciais a ambos os países.
"Através da mostra que Rhône-Alpes leva a Shanghai, esperamos que as empresas da nossa região tenham uma oportunidade de comunicar com as empresas chinesas. Estamos também de braços abertos a empresas chinesas, cuja visita à nossa região pode lhes permitir conhecer melhor o ambiente de investimento em Rhône-Alpes", disse Queyranne.
Diferentemente de outros pavilhões, o de Rhône-Alpes vai permanecer após a Expo e se tornar o escritório da região em Shanghai.
"Conversamos com as autoridades de Shanghai quanto à permanência deste pavilhão. Assinamos depois um acordo, que permite a existência dessa construção em Shanghai por vinte anos. Após a Expo, o prédio vai virar o escritório de Rhône-Alpes em Shanghai, que vai receber empresas francesas que mantêm negócios com a China", afirmou o presidente de Rhône-Alpes.