O governo chinês prometeu hoje manter o desemprego urbano abaixo dos 4,6 por cento, apesar de a situação continuar "muito grave", sobretudo entre os licenciados e os trabalhadores migrantes.
"Aumentar o emprego é a primeira prioridade do nosso esforço para assegurar e melhorar o bem-estar da população", disse o Primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, no relatório apresentado aos cerca de 3.000 delegados da Assembleia Nacional Popular.
A criação de emprego para as "mais de 9 milhões de pessoas" que estão a entrar no mercado de trabalho é uma das principais metas fixadas pelo governo chinês para 2010, um ano que Wen Jiabao considerou "muito complexo".
Wen Jiabao prometeu igualmente "avançar mais depressa na melhoria do sistema de segurança social" e "inverter o crescente fosso económico-social" entre as diversas regiões do país.
Entre as "zonas prioritárias" cujo crescimento económico deve ser "acelerado", o Primeiro-ministro mencionou o Xinjiang, o Tibete e as áreas com minorias tibetanas radicadas em quatro províncias (Sichuan, Yunnan, Gansu e Qinghai).
Respondendo a uma outra fonte de descontentamento popular, Wen Jiabao anunciou a promoção "em larga escala" de projetos de habitação para "famílias de baixos rendimentos" e disse que o governo irá controlar a atual "especulação no sector imobiliário".
"Vamos refrear com firmeza a vertiginosa subida do preço das casas em algumas cidades e satisfazer as necessidades básicas do povo em termos de habitação", disse.
Constitucionalmente, a Assembleia Nacional Popular, cuja sessão anual decorre até 14 de março, em Pequim, é "o órgão supremo do poder de Estado" na China.
Embora os "deputados do povo" não sejam eleitos por sufrágio direto e o "papel dirigente" do Partido Comunista continue a ser "um princípio cardial", Wen Jiabao prometeu "melhorar a governação" e "ganhar uma maior confiança por parte da população".
"Temos de nos adaptar a novas circunstâncias, promover a reforma e a inovação na administração pública e ajustar adequadamente as relações entre diferentes interesses", defendeu o Primeiro-ministro.