O governo chinês manifestou-se hoje confiante de que economia do país conseguirá manter um crescimento de "cerca de oito por cento" em 2010, mas advertiu que "as bases para a recuperação global permanecem frágeis".
"Embora o clima de desenvolvimento deste ano possa ser melhor que o do ano passado, ainda enfrentamos uma situação muito complexa", disse o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, na abertura da reunião anual da Assembleia Nacional Popular.
"Muitos fatores de desestabilização e incertezas continuam a existir (…) Riscos financeiros não foram completamente eliminados", acrescentou.
Wen Jiabao salientou que a economia chinesa foi a primeira a ultrapassar a crise global, conseguindo crescer 8,7 por cento em 2009, apesar da "significativa descida" registada nas suas exportações.
"Os extraordinários sucessos que alcançámos impulsionaram enormemente a confiança e o orgulho do povo, fortaleceram a coesão da nação e aumentaram a influência internacional da China", afirmou.
Contudo, o Primeiro-ministro chinês alertou que "alguns graves problemas continuam a afetar o desenvolvimento económico e social do pais".
Segundo indicou, a capacidade de inovação "não é forte", "há ainda considerável excesso de produção em algumas indústrias, o que torna mais difícil a sua reestruturação" e "a pressão sobre o emprego cresce constantemente".
No relatório de 35 páginas apresentado aos cerca de 3.000 delegados da Assembleia Nacional Popular, Wen Jiabao apelou à transformação do modelo de desenvolvimento económico", defendendo o aumento do consumo interno.
Pelas contas oficiais, em 2009, o rendimento per capita nas áreas urbanas aumentou 9,8 por cento, para 17.175 yuan (cerca de 1.900 euros) e nas zonas rurais 8,5 por cento, para 5.135 yuan (560 euros).
Wen Jiabao atribuiu "alta prioridade" ao combate à corrupção e disse que, "para lidar com dificuldade de todo o tipo", o governo deve "prestar particular atenção à promoção da democracia, ouvir a opinião das massas e proteger os seus interesses".
A reunião anual da Assembleia Nacional Popular decorre até 14 de março no Grande Palácio do Povo, em Pequim.
Constitucionalmente, trata-se do "órgão supremo do poder de Estado na China"