Segundo Guan, a maior satisfação em ser professora é poder ver seus alunos se tornarem pessoas de sucesso em diversas profissões e levarem uma vida feliz. A educadora testemunhou as mudanças ocorridas no país nos seus 40 anos de carreira. Ela aponta que o desenvolvimento socioeconômico do país faz da atual situação da educação nacional ser bem diferente da do período em que ela ensinava na aldeia. Por exemplo, a mente das crianças urbanas, que é mais ativa em função das melhores condições materiais da maioria das famílias da cidade. Isso cria também uma diferença no estilo de ensino, pois os professores não podem ensinar de maneira expositiva apenas, como se isso fosse para os estudantes uma obrigação. O educador atual precisa usar um método mais aberto e inspirar as crianças na sala de aula.
"As crianças de hoje tem menos capacidade de pensamento independente, adaptação e controle autônomo, mas, por outro lado, recebem incentivo à exploração da inteligência muito mais cedo. Algumas crianças nunca estiveram no jardim de infância, pois os pais as ensinavam em casa, e ainda assim tinham boas notas na escola primária."
Guan ainda se preocupa com o problema da educação das crianças nascidas nos 1990 e no início do século 21. Elas crescem comendo McDonald's, visitando a Disneylândia e brincando com videogames. Os pais sempre as levam para participar de diversas atividades sociais e viagens ao estrangeiro, o que garante a elas ricas experiências sociais e um campo de visão mais amplo.
"Para se comunicar com essas crianças, os professores sempre precisam aprender mais. Precisam também alargar seu campo de visão e enriquecer seus conhecimentos. Ao ministrar as aulas, o educador precisa apresentar uma compreensão mais profunda e um pensamento mais amplo do que seus alunos, para ter mais autoridade."
A professora Guan disse que os países asiáticos com sistema de educação bem desenvolvido, como Japão, Coreia do Sul e Cingapura, sempre mencionam o conceito educacional tradicional chinês, que é o de respeito aos professores. Então, a educação ocidental, que focaliza mais na individualidade do estudante, talvez não se adaptaria à realidade chinesa. No entanto, na educação básica da China, a posição de liderança absoluta dos professores também mudou nos recentes anos.
"Agora, durante a preparação de professores, enfatizamos mais a importância de se estar a serviço dos estudantes. Educadores precisam compreender bem sua posição e tarefa, além de ser capaz de utilizar sua própria conduta como um exemplo."
Nos últimos anos, a professora Guan tem se dedicado ao trabalho administrativo da escola. Segundo ela, ser uma professora é a maior felicidade da sua vida, porque quando está com as crianças, ela sempre se sente feliz.