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História do médico tibetano Renqingpingcuo
  2009-09-11 16:40:51  cri

Caro ouvinte, todos os anos a umidade que emana do Oceano Índico atravessa a Cordilheira Himalaya, levada pelos ventos favoráveis, até chegar ao distrito Mainling, em Nyingchi, na Região Autônoma do Tibete. Lá, ela percorre o Rio Yarlung Zangbo alimentando as flores e ervas medicinais.

O distrito é cercado de várias lendas envolvendo a medicina tibetana. Mas o lugar é, de fato, um reduto, uma referência dessa ciência, incontestável entre os habitantes locais. Sempre que estão doentes, eles procuram um senhor famoso na região. Seu nome é Renqingpingcuo, mas as pessoas costumam chamá-lo de 'Amjila', que significa 'médico' na língua tibetana. Hoje, visitaremos este 'Amjila' e ouviremos suas histórias.

Ao chegar à casa de Renqingpingcuo, o repórter da CRI o encontrou atendendo a uma mulher tibetana. O marido da doente, cheio de respeito e reverência, esperava ao lado.

Renqingpingcuo herdou da família o gosto pela ciência centenária. Ele é o representante da oitava geração desta famosa linhagem de médicos. A maioria das matérias-primas dos remédios tibetanos tem origem mineral, animal e vegetal. E a família de Renqing sempre foi hábil em aproveitar as plantas para fins medicinais. Renqingpingcuo lembrou quando, muito pequeno, começou a receber do pai os conhecimentos sobre a medicina tibetana.

"Meu pai começou a me ensinar quando eu tinha só seis anos de idade. Todos os dias, às 6h, começavam os estudos. Se não decorasse tudo o que ele me dizia, recebia um castigo."

Sob a orientação do pai, Renqingpingcuo iniciou a carreira de médico ainda muito jovem. Era uma época em que as matérias-primas custavam caro, fato que impossibilitava o acesso de muitos doentes aos remédios, ainda que eles tivessem as receitas. Para baratear o custo, Renqingpingcuo procurava ervas mais comuns como alternativa para tratar as doenças. Mas as receitas e fórmulas eram guardadas pelos médicos mais experientes sob absoluto segredo de família. Assim, Renqingpingcuo não conseguia concretizar seus planos.

Em 1959, o Tibete deu o início à reforma democrática. O governo regional abriu escolas e hospitais de medicina tradicional, a fim de preservar e desenvolver a ciência. Renqingpingcuo estudou por três anos numa dessas escolas, orientado por veteranos médicos tibetanos. Aumentou notavelmente sua especialização e passou a dominar grande quantidade de receitas de ervas.

Para Renqingpingcuo, a iniciativa do governo foi fundamental para tornar a medicina tibetana acessível a todos os tibetanos.

"Antigamente, só as famílias ricas tinham acesso aos ensinamentos da medicina tibetana. Aos pobres não era dada essa possibilidade já que a aprendizagem dura pelo menos dez anos. Aliás, muitos medicamentos, como ossos de animais e ervas medicinais, por exemplo, eram vendidos a preços muito altos. Por isso, se a pessoa não tivesse uma família rica, não conseguiria custerar os estudos."

Depois de se graduar, Renqingpingcuo trabalhou numa clínica da terra natal. Ali, teve o primeiro encontro com médicos ocidentais. Como ele achava que somente a medicina tibetana era capaz de trazer benefícios às pessoas, nunca confiou nem se interessou pela medicina ocidental. Mas em 1970, quando uma epidemia de sarampo atingiu uma aldeia afastada, sua opinião mudou. Renqingpingcuo tratou dos moradores infectados com a ajuda dos médicos ocidentais. Foi o primeiro contato que teve com a medicina praticada do outro lado do mundo.

"A medicina tibetana gera efeitos num prazo relativamente longo. Os resultados da medicina ocidental, entretando, são bem mais rápidos. Tomando um comprimido o doente pode melhorar em dez minutos, sobretudo se tiver uma dor forte. Já para o tratamento de doenças crônicas a medicina tibetana tem mais vantagens."

A região de Nyingchi possui uma flora rica por estar mais próxima ao nível do mar, comparada a outras localidades tibetanas, e às influência dos ventos que sopram do Oceano Índico. Foram construídos lá a base de produção e o centro de pesquisa de remédios da medicina tibetana. Nos últimos dez anos, a Companhia Farmacêutica Qizheng se instalou na região, produzindo em grande escala os medicamentos tibetanos com tecnologias e processos modernos. Renqingpingcuo, assim como outros experientes médicos tibetanos, foram contratados pela fábrica como conselheiros. O principal trabalho deles é avaliar a qualidade das ervas.

Embora já tenha mais de 60 anos, Renqingpingcuo insiste em subir as montanhas para buscar pessoalmente suas ervas. Para os habitantes locais, este senhor de cabelos completamente brancos é o mais competente e benévolo dentre todos os médicos. No coração deles, não há 'Amjila' melhor.

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