Caro ouvinte, nos últimos 60 anos desde a fundação da República Popular da China, a força científica e tecnológica do país deu um salto de desenvolvimento. Um exemplo disso são os êxitos na área aeroespacial. Hoje, vamos apresentar uma retrospectiva sobre a trajetória do desenvolvimento aeronáutico e astronáutico na China.
"Shenzhou VII saiu da cabine e está em bom estado. E manda seus cumprimentos ao povo da China e de todo o mundo".
Dia 27 de setembro de 2008, o astronauta chinês Zhai Zhigang deu o primeiro passo no espaço. Você ouviu as saudações dele a 300 quilômetros acima da Terra. Com isso, a China tornou-se o terceiro país que domina a tecnologia de caminhada espacial, inferior somente à Rússia e aos EUA.
A engenharia aeroespacial tripulada constitui uma tecnologia complexa multidisciplinar, que se refere a sete sistemas, tais como foguete, nave espacial, telecomunicações, entre outros, e faz parte de um dos projetos mais complexos e de maior risco no mundo de hoje.
Nos princípios da nova China, os dirigentes dedicaram-se ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia, elaborando o Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico a Longo Prazo. Em 1964, o país lançou com sucesso a primeira bomba atômica e uma nuvem em forma de cogumelo subiu no deserto do noroeste da China. Três anos depois, a primeira bomba hidrogênica foi lançada. Em 1970, o primeiro satélite terrestre produzido pela China, Dongfanghong I, foi ao espaço. O lançamento de "duas bombas e um satélite" não apenas reforçou o setor de ciência, tecnologia e de defesa nacional do país, como também preparou condições tecnológicas e humanas para o desenvolvimento da indústria aeronáutica e astronáutica. Mei Yonghong, funcionário do Ministério de Ciência e Tecnologia da China, apresentou:
"O desenvolvimento científico e tecnológico de nosso país já tem uma base sólida. Criamos um sistema disciplinar completo. Aliás, formamos grandes recursos humanos. A China já fica a frente do mundo nessa área."
Em 1978, a China começou a executar a política de Reforma e Abertura. Desde então, estabeleceu-se o princípio estratégico de "ciência e tecnologia levam à produtividade". Com base nisso, uma série de grandes projetos foi iniciada.
A missão aeroespacial tripulada foi lançada no início da década 90. Graças às experiências acumuladas em várias décadas, o país já possuiu um forte poder tecnológico. Mais de 50 satélites terrestres de 15 espécies foram produzidos e lançados com sucesso, aliás, vários foguetes da série Changzheng foram produzidos autonomamente e levaram cerca de 70 satélites chineses e estrangeiros ao espaço.
Por essas razões, o projeto aeroespacial da China se desenvolveu a um ritmo surpreendente. Em outubro de 2003, a China realizou a primeira missão espacial tripulada. O astronauta Yang Liwei concluiu uma viagem de 21 horas no espaço. Em 2005, dois astronautas chineses ficaram 5 dias no espaço. Em setembro do ano passado, a nave espacial Shenzhou VII com três astronautas abordo viajou no espaço durante 3 dias. Durante a missão, Zhai Zhigang fez a primeira caminhada espacial em nome da China.
Ao mesmo tempo, os chineses começaram a buscar locais mais remotos, como a Lua. Em outubro de 2007, a China lançou com sucesso o primeiro satélite lunar, Chang'e I. Um ano depois, o satélite concluiu todas as tarefas de pesquisa e sondagem planejadas. O chefe do programa de pesquisa lunar da China, Sun Jiadong, disse:
"Antigamente, todas as nossas pesquisas espaciais haviam sido realizadas próximas à terra, isto é, a centenas ou milhares de quilômetros do nosso planeta. Quando dominarmos a tecnologia chave, vamos ainda mais longe. Agora, a Lua é nosso alvo."
Enquanto a indústria aeroespacial se desenvolve, o projeto de avião de grande porte foi finalmente aprovado pelo governo chinês. Gan Liwei, engenheiro de alto nível da Air China Industry & Technology Company Ltd., revelou que a China possivelmente terá seu próprio avião de grande porte em 2020.
"Se conseguirmos produzir o avião de grande porte antes de 2020, isso não só vai fortalecer a defesa nacional, como também promoverá a renovação de outras indústrias nacionais."
Nos últimos anos, o mundo todo tem testemunhado o aumento da influência da China na área aeronáutica e astronáutica: O avião regional ARJ21 pesquisado e produzido pela China foi vendido à Europa e à América. O Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres CBERS-2 oferece serviço de investigação, exploração e administração de recursos do território nacional à China e a outros países. Aliás, a China lançou respetivamente satélites de comunicações para a Venezuela e a Nigéria para fornecer serviços de assistência médica remota e de educação.
Ao pensarem na história científica da China nos últimos 60 anos, os chineses tem razão de sentirem-se alegres e orgulhosos. No entanto, de acordo com as palavras do chefe da nave Shenzhou VII, Zhou Jianping, o sonho chinês de voar acabou de começar.
"Pesquisar o cosmo e ampliar o ambiente de sobrevivência é uma aspiração dos seres humanos. Manteremos nossos passos coordenados com o ritmo do crescimento econômico do país para levar adiante as pesquisas espaciais, ir mais longe no cosmo e obter maiores descobertas."