A jovem tibetana de 19 anos diz que gosta de trabalhar como guia no local, onde ela também vende Katak, um lenço de linho branco que os tibetanos apresentam com respeito, incenso e outros artigos religiosos.
Seu lugar de trabalho, um salão na vila de Shuimo no distrito de Wenchuan, foi construído nas ruínas do terremoto de 2008 e foi aberto em setembro de 2010 para exibir culturas étnicas representando 13 distritos da Sub-região Autônoma Tibetana-Qiang de Aba. A atração e sua guia cheia de ânimo são um exemplo perfeito de como a província atingida pelo sismo se recuperou do desastre natural, cujo quarto aniversário será comemorado neste sábado.
Muitas partes da província se tornaram atrações turísticas conhecidas, com preservação da cultura exclusiva da área sendo uma parte importante da reconstrução de Sichuan.
O projeto ajudou Shuimo, que atualmente recebe até 20 mil visitantes por dia, a ganhar o prêmio "Melhor Implementação Global de Reconstrução Pós-Desastre" no 6º Fórum Global de Assentamentos Humanos realizado na sede das Nações Unidas em 2011.
Yeshe Karmo passa a maior parte do tempo explicando o estilo de vida dos tibetanos e rituais budistas a visitantes curiosos. "Às vezes mais de 80 pessoas escutem minha apresentação e isso me faz sentir muito realizada", manifesta ela.
A jovem guia do museu nasceu no distrito de Rangtang, uma comunidade tibetana em Aba.
Os tibetanos ocupam 56,6% dos 900 mil habitantes permanentes de Aba e os de Qiang representam 18,5%.
Embora às vezes tenha saudade de seus pais, que ainda moram em seu lugar de origem em Rangtang, Yeshe Karmo diz que seu emprego lhe mantém ocupada e satisfeita na maior parte do tempo. "Creio que ficarei aqui todo tempo que precisarem de mim", acrescenta ela.
O salão de exibição também apresenta alguns dos destinos turísticos mais conhecidos em Aba, incluindo Jiuzhaigou, que tem sua origem nos nove povoados tibetanos dispersos ao longo de 60 quilômetros na zona montanhosa, e as montanhas Siguniang, sendo que a mais alta tem uma altura de 6.250 metros e está coberta por gelo e neve ao longo do ano todo.
Shuimo atraiu um grande número de visitantes por sua linda paisagem, êxitos em reconstrução e culturas étnicas exclusivas.
Visitantes podem encontrar delicados prédios de madeira com estilo típico das minorias locais assim como lojas que vendem artesanatos tibetanos e de Qiang, distribuídos ao longo das ruas de pedra nessa pequena vila.
Shuimo fica a cerca de 10 quilômetros da vila de Yingxiu em Wenchuan, epicentro do terremoto de 8,0 graus de magnitude que deixou mais de 80 mil mortos ou desaparecidos em 12 de maio de 2008. Fim
