Wang Jianlin, presidente do grupo imobiliário Dalian Wanda, foi o fundador de um dos clubes de futebol mais poderosos da China na década de 1990. Porém, ele deixou o jogo em janeiro de 2000 em protesto contra um jogo armado. No início deste mês, ele anunciou o seu retorno ao meio com um investimento de meio bilhão de yuans (cerca de US$ 77 milhões) para apoiar o desenvolvimento do futebol chinês.

O grupo Dalian Wanda veio para o resgate do esporte, que entrou em apuros ao ter dois ex-diretores de futebol atrás das grades e a primeira divisão sem patrocinador. O presidente do grupo, Wang Jianlin disse:

"Volto ao futebol, em grande parte, por causa da melhoria do ambiente do futebol. Nos últimos dois anos, o governo central realizou um combate firme e forte contra a corrupção e a fraude no setor de futebol, conseguindo resultados satisfatórios. Ainda acho que o entusiasmo da população pelo futebol permanece. E a minha empresa, com o desenvolvimento de tantos anos, tem a capacidade e o poder para financiar o futebol chinês."

O Grupo Dalian Wanda teve os ativos avaliados em 140 bilhões de yuans (US$ 21,7 bilhões) por conta de empreendimentos em imóveis comerciais, hotéis de luxo, cadeias de lojas e turismo. Além disso, desempenharam um papel importante no futebol chinês de 1994 a 1998. Naquele período, o clube de futebol de Wang Jianlin ganhou o título da liga chinesa por quatro vezes e criou um recorde de 55 jogos invictos. Porém, em 2000, o clube foi vendido para o Dalian Shide.

Depois de 2002, quando seleção chinesa estreou na Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul, o futebol do país entrou em decadência. Em 2006 e 2010, a seleção chinesa nem sequer passou para a fase eliminatória da Ásia. Na opinião de Wang Jianlin, o rejuvenescimento do futebol chinês depende da formação de jogadores adolescentes.

"O maior problema atual do futebol chinês é a falta de jogadores adolescentes, que é a base para o desenvolvimento do esporte. No passado, a associação chinesa de futebol dava muita atenção à formação de jogadores adolescentes, e tínhamos diversas ligas para os jovens. Por isso, havia uma certa quantidade de pessoas que jogava futebol. No entanto, com a profissionalização do futebol na década de 90, o número de jovens que praticam futebol caiu rapidamente. E, como consequência, as seleções nacionais de diversas faixas etárias fracassaram nas competições internacionais. Por isso, temos que dedicar maiores esforços ao futebol adolescente."

Agora, onze anos depois, Wang Jianlin voltou ao futebol chinês com um acordo de meio bilhão de yuans. O acordo de três anos com a Associação Chinesa de Futebol (CFA) foi assinado no Instituto de Tecnologia de Beijing no dia 3 de julho. A empresa vai patrocinar a Super Liga de futebol chinês, o futebol feminino, as ligas de jovens e os treinamentos de árbitros. Wang explicou:

"Na realidade, esse acordo é de forma '3+N'. Três anos depois, o acordo vai continuar dependendo das duas condições. Primeiro, aumento do o número de jogadores adolescentes. Segundo, elevação da audiência da nossa liga. Os espectadores da liga são os pais. Se os pais não têm interesse pelo futebol, como eles incentivam filhos a aprender futebol？Então, daqui a três anos, se os dois índices aumentarem, o acordo vai continuar e a minha empresa vai continuar financiando o futebol chinês."

O acordo ainda inclui um programa para enviar jogadores adolescentes para treinar em clubes estrangeiros e a contratação de um técnico com reputação mundial para a seleção nacional masculina.