A Chang'an Automobile apresenta dois modelos do carro sem motorista Ruicheng no salão, que se realiza de 25 de abril a 4 de maio. Esses veículos de prata acabam de terminar um test drive de 2.000 quilômetros entre a cidade de Chongqing e Beijing, capital da China.
O veículo tem radares que permitem a ele perceber o entorno em 360 graus. A Chang'an visa colocar no mercado os carros sem motorista em dois ou três anos "a preços razoáveis", segundo Li Yusheng, engenheiro chefe do Instituto de Pesquisa em Engenharia de Automóveis da Chang'an.
A Chang'an não é a única companhia chinesa que trouxe carros sem motorista ao evento. Também o fizeram a Chery Automobile, a Baic Motor Corporation e a companhia de internet LeTV.
Além disso, tanto os fabricantes nacionais como os estrangeiros competem para dominar um mercado em que o governo chinês tomou medidas para favorecer a comercialização de veículos de nova energia a fim de combater a poluição.
Na exposição de Beijing se exibem quase 150 carros elétricos e híbridos das empresas que incluem Dongfeng Motor Corporation, BYD e Tesla.
A pioneira norte-americana Tesla construiu mais de 1.500 estações de recarregamento na China.
Com 62.663 carros fabricados e 58.125 vendidos entre janeiro e março, a China continua sendo o país do mundo com um maior crescimento de vendas de veículos de nova energia, segundo a Associação de Fabricantes de Automóveis da China. Isso representa mais que o dobro que no mesmo período de 2015.
Embora a entrada de concorrentes internacionais tenha aumentado a pressão sobre o mercado, os fabricantes nacionais acreditam que o custo relativamente alto dos carros de nova energia fabricados no exterior e a ausência de infraestrutura de recarga permita a eles a ganhar tempo.
Os participantes do salão tentam também aproveitar o grande crescimento da demanda pelos utilitários esportivos (ou SUV, na sigla em inglês). A Chang'an, que apresentou o CS95, é uma das diversas montadoras nacionais e estrangeiras que procuram causar sensação com os SUVs.
O número de SUVs vendidos na China em 2015 saltou mais de 50% ante 2014 para 2,13 milhões, segundo a associação de fabricantes.
Os principais compradores de esportivos utilitários são jovens de gostos convencionais, segundo Jia Xinguang, diretor gerente da Associação das Concessionárias de Automóveis da China.
"A maioria dos compradores chineses nasceu nos anos 1970 e 1980 e gosta das atividades ao ar livre e de moda", indicou Jia, acrescentando que "um SUV é alto e estilizado e tem melhores funções".
Embora os fabricantes de SUV estejam preocupados com a possibilidade de se aprovarem medidas mais estritas para limitar o smog e os engarrafamentos nas cidades chinesas, Jia acredita que o setor ainda tenha um forte potencial de crescimento.
O 14º Salão Internacional do Automóvel de Beijing se realiza no Centro Internacional de Exposições da China e deve atrair 800 mil visitantes ao longo dos 10 dias da exposição.