Wang Sufen, 62 anos, é professora do Conservatório da China. Desde pequena, sonhava em se tornar uma excelente cantora. Ela disse:
"Gosto de cantar desde pequena. Acho que herdei a voz de minha mãe. Na escola primária, os professores me colocaram na trilha da interpretação".
Em 1961, Wang Sufen foi admitida pela escola secundária subordinada ao Conservatório da China, onde começou a estudar a música vocal. Em 1964, acabou admitida pela faculdade vocal do Conservatório da China, a fim de se tornar uma soprano. No início da década de 80, Wang começou a lecionar nesta faculdade.
No início de seus estudos, porém, ela foi enviada à Província de Fujian para aprender os segredos da música Nan ? estilo clássico de Quanzhou, no sudeste do país. O estilo é melódico, suave, e agradável, sempre interpretado no dialecto local. Era um grande desafio para Wang. Ela lembrou:
"Em janeiro de 1983, fomos enviados para estudar a música Nan, a encargo de um artista do conjunto da música Nan. A primeira composição que aprendi foi "Olhando a lua cheia", trecho da conhecida ópera "Câmara Oeste", uma história de amor. Além de muitos versos, o tom musical é muito variável. A maior dificuldade, no entanto, é que não compreendíamos o dialeto local".
Depois de muito empenho, Wang conseguiu dominar o dialeto Nan em apenas um mês.
Durante um concerto realizado em 1984 em Quanzhou ? do qual participaram cantores da Malásia, Singapura, Hong Kong e Taiwan, Wang interpretou "Olhando a lua cheia" no dialeto Nan, comovendo todos os espectadores. Através deste concerto, a Wang se deu conta da importância de se divulgar a tradicional cultura nacional e estava decidida a transmitir esta forma artística.
Para interpretar bem as poesias clássicas, Wang se tornou aluna de muitos músicos. Além disso, ela aprendeu a apresentar Quyi (narração folclórica) com Wei Xikui, mestre nesta arte. Mesclando a interpretação da ópera de soprano com a de Quyi e as canções tradicionais, a da cantora de poesias clássicas é muito especial, sendo apreciada tanto por especialistas como por espectadores.
Nos últimos 20 anos, ela apresentou cerca de 200 poesias clássicas. Além disso, realizou três concertos solo, todos calorosamente aplaudidos. Ao mesmo tempo, ela transmite os segredos da interpretação de poesias clássicas aos seus alunos. Na atualidade, os jovens sabem apenas canções contemporâneas. Por isso, a descoberta e a apresentação de poesias clássicas são de suma importância para a preservação da cultura chinesa. Ela afirmou:
"Comecei a dar aulas de interpretação de poesias clássicas no Conservatório da China há sete anos. Gosto muito deste trabalho, pois na qualidade de música, tenho a responsabilidade de herdar e desenvolver a interpretação de poesias clássicas chinesas que integram a tradicional cultura chinesa".