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Livro do escritor Javier Cercas é premiado como melhor novela estrangeira de 2015 na China
  2016-04-05 09:42:41  cri

"O Impostor é uma novela sobre Tai chi, que navega entre Yin e Yang, ficção e não ficção. Em outras palavras, um romance, cheio de imaginação hiperbólica e detalhes verídicos, dilui os limites entre a ficção e a história, abrindo desta maneira um novo horizonte literário."

- Júri do Prêmio Zou Taofen de Melhor Novela Estrangeira

Foi realizada no final de março deste ano, em Beijing, a cerimônia de premiação anual das Melhores Novelas Estrangeiras do Século XXI, organizada conjuntamente pela Editora de Literatura do Povo e Associação Chinesa da Literatura Estrangeira. Seis obras foram premiadas, incluindo O Impostor, do escritor espanhol Javier Cercas, que ganhou também o Prêmio Zou Taofen de Melhor Novela Estrangeira de 2015.

As outras cinco obras coroadas foram Constelação, do escritor francês Adrien Bosc, Premiê A, do escritor japonês Shin'ya Tanaka, Uma Mulher Jovem Bonita, do escritor holandês Tommy Wieringa, Início do Amor, da escritora alemã Judith Hermann, e Fábrica "Liberdade", da escritora russa Ksenija Buksha.

O Impostor, "romance sem ficção " publicado em 2014, é baseado na história do catalão Enric Marco Batle, que fingiu ser um herói contra o nazismo e a ditadura franquista durante quase três décadas na Espanha. A sua mentira foi finalmente desmascarada. O escândalo teve grande repercussão na sociedade espanhola e na comunidade internacional no início do século XXI. Para o júri "esta obra assombrosa que teve um forte impacto entre os compatriotas do autor deve também gerar reflexões profundas entre os leitores chineses, já que todo o mundo precisa se olhar no espelho para reconhecer e refletir as mentiras que usamos para construir a nossa imagem e a nossa história".

Javier Cercas esteve presente na cerimônia de premiação. No discurso que proferiu na ocasião, ele disse que O Impostor se trata de uma obra universal: o desejo desesperado e humilhante de todos de serem aceitos, amados e admirados. Na opinião do escritor espanhol, "todos nós representamos um papel na sociedade, quer como atores num palco, todos nós somos e não somos o que somos, que todos nós, de alguma forma, somos Enric Marco".

Javier Cercas é um famoso escritor espanhol contemporâneo. Suas obras como Soldados de Salamina (2001), A Velocidade da Luz (2005), Anatomia de um Instante (2009), As Leis da Fronteira (2012) foram muito vendidas nos países europeus e americanos. Esta é a primeira vez que a obra do escritor espanhol entrou no país asiático. Javier Cercas disse estar extremamente honrado por isso. Segundo ele, o que lhe intriga é como os leitores chineses vão ler suas obras, começando com O Impostor. Cercas acredita que a literatura não é um mero passatempo, mas sim um perigo público, como se afirma no livro O Impostor, "se a literatura é apenas um ornamento, vai para a merda a literatura".

O Impostor é o segundo "livro não-ficção" escrito por Cercas, após Anatomia de um Instante. Quanto a este estilo peculiar, o escritor disse que não o adotou de propósito, porque a vida do protagonista já é uma ficção. O que ele precisou fazer foi juntar os fatos e a ficção e apresentá-los aos leitores. Para Cercas, o maior encanto da literatura reside na liberdade de interpretar. A diluição das fronteiras entre os gêneros literários, por exemplo, a ficção, a notícia e a biografia, tem como único objetivo de narrar a melhor história aos leitores.

Além da cerimônia de premiação, Cercas deu a palestra "Impostor e Dom Quixote: identidades imaginadas na literatura de ontem e hoje", junto com o presidente do Instituto da Literatura Estrangeira da Academia de Ciências Sociais da China, Chen Zhongyi.

A seleção das "Melhores Novelas Estrangeiras do Século XXI" começou em 2002. O prêmio é o primeiro estabelecido por entidades chinesas de pesquisa e de publicação literária voltado aos escritores e obras estrangeiros contemporâneos. Os vencedores desse prêmio em 2006 e 2003, os escritores franceses Jean Marie Gustave Le Clézio e Patrick Modiano, foram consagrados mais tarde com o prêmio Nobel, em 2008 e 2014.

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