No fim de 2014, a Guangdong Alpha Group, cofinanciadora e codistribuidora do filme, estabeleceu uma parceria com a New Regency Productions, a produtora do filme. Concordou em investir até US$ 60 milhões em três filmes que a New Regency produziria, incluindo "O regresso".
"Em troca, a Alpha recebe uma fatia na bilheteria global. A parceria também aumentou nossa presença no mercado cinematográfico global", disse Chen Derong, CEO da divisão de entretenimento interativo da Alpha.
A Alpha está entre várias empresas chinesas que buscam assegurar uma fatia na indústria cinematográfica de Hollywood e aumentam sua presença global através de joint-ventures, investimento e aquisições.
A gigante em imóveis e entretenimento Dalian Wanda Group anunciou em janeiro a aquisição da produtora hollywoodiana Legendary Entertainment, por US$ 3,5 bilhões, a maior "aquisição cultural" no exterior por uma companhia chinesa.
Em setembro último, a China Media Capital (CMC) e a Warner Bros. Entertainment anunciaram a Flagship Entertainment Group Ltd. como uma joint-venture que financiará e fará filmes em chinês e inglês para o mercado internacional.
Também em 2015, a produtora Huayi Brothers assinou um acordo com a STX Entertainment para cofinanciar, coproduzir e distribuir mais de 18 filmes. A Huayi terá os direitos autorais das obras produzidas em conjunto.
É inegável que as principais produtoras do Hollywood estão agora olhando para as oportunidades oferecidas na China para cooperação, graças ao grande número de investidores e ao mercado cinematográfico dinâmico.
A China tem um dos cinemas de mais rápido crescimento no mundo. Em 2015, suas salas tiveram uma bilheteria de 44 bilhões de yuans (US$ 6,7 bilhões) e receberam 1,26 bilhão de espectadores, um salto de 48,7% e 51,08% ante 2014.
O país deve superar os Estados Unidos em 2017 como o maior mercado do segmento.
Na China foram instaladas 8.035 telas de cinema no ano passado, ou seja, 22 por dia. O total agora é de 31.627.
"Isso significa que as vendas de ingressos na China são muito grandes, de um jeito que os principais estúdios do Hollywood não podem ignorar", disse Zhang Huiyu, pesquisador associado da Academia Nacional de Artes da China.