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Bordado chinês de 2.000 anos recupera antiga glória
  2016-02-25 16:28:43  cri

É raro ver um homem jovem fazendo bordado na China. No entanto, Jiang Tongwan, em seus mais de 20 anos, possui uma oficina na Província de Hunan. Ele é um dos primeiros 11 homens graduados de uma escola vocacional com especialidade em bordado no estilo de Hunan.

"Muita gente não entendeu minha escolha", disse ele. "Digo a eles que o bordado de Hunan é parte de nossa cultura tradicional que devemos transmitir".

Os bordados chineses têm uma longa história milenar. Xiang Xiu, ou bordado de Hunan, é um dos quatro principais estilos, caracterizado pela luz e sombra que dá ao bordado um efeito tridimensional.

A indústria teve seu pico nas décadas de 1970 e 1980, mas começou a declinar depois que uma fábrica de bordados em Changsha, que empregava 30 mil artesãos, foi fechada. O rendimento da fábrica era de mais de um milhão de yuans (US$ 152,2 mil).

"Os artesãos trabalhavam em casa", recorda Zeng Yingming, gerente-geral da empresa Hunan Embroidery City Group. "Quase todas as famílias tinham membros que trabalhavam com os bordados".

A situação mudou na década de 1990, quando muitas oficinas, incluindo a de Changsha, foram fechadas.

"Houve muitas causas para a crise", disse He Chun, especialista em indústria cultural. "Produtos falsos, desenhos obsoletos e preços elevados foram as causas principais, resultando na falta de consciência sobre a propriedade intelectual e a escassez de talentos".

Durante os piores dias, o Hunan Embroidery City Group tinha apenas duas oficinas e quatro trabalhadores.

Então Zeng reduziu a produção de peças ornamentais tradicionais em 80% e passou a focar em artigos de manufatura para o uso diário.

"Capa para a Espanha, calçado para a Itália, roupa para o Japão e uniforme escolar para a República da Coreia", relembra Zeng, acrescentando que "fizemos de tudo para cobrir as necessidades de nossos clientes". Os produtos de uso diário representam agora 95% dos produtos da empresa.

Logo depois de descobrir durante uma exibição na Espanha que as pessoas locais gostam de rosas, Zeng mudou o patrão do bordado tradicional de peônia para rosa.

Agora o grupo se tornou em uma empresa moderna com mais de 10 mil trabalhadores e uma produção de 1,5 bilhão de yuans por ano. Seus produtos são vendidos em mais de 10 países. As exportações atingiram US$ 30 milhões no ano passado.

A reforma não esteve isenta de críticas.

Um mestre em Xiang Xiu, que não quis ser identificado, disse à Xinhua que é uma pena que uma arte com uma história de 2.000 anos seja usada para produtos baratos.

"Eu realmente não desejo ver a marca do Xiang Xiu perder seu bom gosto", disse o mestre.

"A forma da arte tradicional não está no museu", disse Zeng. "Para a arte artesanal tradicional, a única maneira de sobreviver é combinar a arte com a comercialização, desenvolver novos produtos que possam cumprir uma variedade de demandas da atualidade", disse Zeng.

O êxito da empresa gerou oportunidades de emprego.

Para proporcionar trabalhadores para as empresas de bordados, como a de Zeng, o Instituto de Pesquisa de Bordados de Hunan e a Escola Vocacional de Artes e Artesanatos de Hunan ajudam a ensinar as habilidades tradicionais.

Wu Jianmei, de 56 anos de idade e professora de bordado de Hunan, ensinou mais de 7 mil pessoas nas últimas três décadas.

"Da combinação das cores ao traspassar das agulhas, ensino-lhes tudo", disse a professora. "Eu gostaria de vê-los criar suas próprias obras, para que a arte possa ser transmitida", afirmou.

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