As ruínas Tusi, que oferecem um vislumbre do antigo sistema de chefes de clãs que governaram as minorias étnicas no sudoeste da China durante oito séculos, entraram na Lista de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

Três ruínas Tusi -- as do castelo Hailongtun na Província de Guizhou; a cidade Tusi de Tangya na Província do Hubei; e a velha cidade Tusi de Yongshun na Província de Hunan -- foram acrescentadas à Lista do Patrimônio Cultural Mundial no sábado durante a 39ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial em Bonn, Alemanha.

Tusi foi um líder tribal nomeado como funcionário imperial pelo governo central na antiga China. O sistema Tusi foi um sistema político adotado por imperadores feudais chineses para governar regiões de minorias étnicas.

"As três ruínas estão em áreas onde coexistiram diferentes grupos étnicos e culturas", comentou Fu Jing, especialista do grupo de Pesquisa e Desenho Arquitetônico da China. "Mostram a diversificada cultura e história da antiga China".

O chefe governou a cidade Tusi de Tangya, no centro da China, durante 460 anos. Estátuas, um cemitério e um arco comemorativo decorado com muitos ornamentos ainda existem.

A cidade Tusi de Yongshun tem uma história que data de mais de 600 anos. Localizada às margens de um rio, o lugar tem um templo, casas ancestrais, cemitérios e um arco comemorativo. Inclusive sua complicada rede de esgoto ainda funciona.

Especialistas comentaram que a velha cidade Tusi de Yongshun pode proporcionar importantes evidências para pesquisar a cultura Tujia (um grupo étnico local) e as relações entre o antigo governo central e os grupos locais de minorias étnicas.

Zhu Changxiang, de 74 anos de idade e residente da aldeia onde se localiza a velha cidade Yongshun, comentou à Xinhua que está orgulhosa de seu lugar de origem. A inscrição das ruínas Tusi ajudará a expor ao mundo o Tujia, opinou.

"O sistema Tusi ajudou a unificar a administração, já que Tusi pôde manter seu exército e sua soberania ao se submeter propriamente ao governo do imperador", disse Li Ping, vice-diretor da sub-região autônoma Tujia-Miao de Xiangxi, na Província de Hunan, que administra Yongshun.

Luo Weiqing, da Universidade de Jishou em Xiangxi, disse que o sistema Tusi é um modelo para conservar a diversidade cultural em um país multiétnico unificado.

Para proteger melhor a antiga cidade Tusi e permitir que mais pessoas entendam a cultura local, o governo local está construindo um parque e um museu, que estarão abertos em setembro.

O castelo Hailongtun em Zunyi, na Província de Guizhou, foi construído em 1257.

Para proteger Hailongtun, o governo de Zunyi atribuiu cerca de 300 milhões de yuans (US$ 48,36 milhões) para mover residentes e melhorar o lugar.

"Continuaremos melhorando o trabalho de proteção e de renovação", disse Guo Zhengyong, diretor do governo do distrito de Huichuan, na cidade do Zunyi, onde se localiza o castelo.

"Especialistas serão convidados para realizar pesquisas com o fim de garantir a segurança das relíquias culturais e desenvolver racionalmente o lugar", disse Guo.

A Unesco reconhece 1.007 sites como patrimônios mundiais em todo o planeta, 779 sites culturais, 197 sites naturais e 31 sites mistos. Com a inscrição das ruínas Tusi, a China tem agora 48 patrimônios mundiais, ficando apenas atrás da Itália.

por Xinhua