Membros de minorias éticas do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPCh) pediram proteção aos idiomas étnicos durante a sessão anual da entidade, que está sendo realizada em Beijing.
As línguas de minorias étnicas da China têm enfrentado enfraquecimento e até distinção com o desenvolvimento socioeconômico e os contatos interculturais e inter-regionais.
Gesang Zhuoga, da região de Nyingchi, Região Autônoma do Tibet, é uma integrante do Comitê Nacional da CCPPCh, e representa a etnia Luoba. Ela disse que o idioma de Luoba é complicado, sendo uma mistura mandarim e tibetano.
"A língua de Luoba não tem escrita. Se a fala deixar de existir, o símbolo de nossa etnia desaparecerá."
O problema apresentado por Gesang não é único na China. Entre as 55 minorias étnicas, 28 tem uma população inferior a 300 mil pessoas e o número total de pessoas dessas etnias soma apenas 1,7 milhão. A proteção das línguas de minorias étnicas tem que ser resolvido com urgência. A engenheira-geral adjunta do Instituto de Desenho e Estudos sobre a Arquitetura, Guo Lina, expressou sua preocupação com esta questão.
"Talvez, depois de alguns anos, a situação para muitas etnias seja como a da Manchu, que ainda existe, mas já não tem língua, escrita e cultura própria. Todos estão muito preocupados com isso. Eu sou da etnia Xibo. A diversidade é o aspecto mais brilhante da cultura chinesa. A dança, a música e outras relíquias imateriais culturais são baseadas no idioma. Se não protegermos esse patrimônio, em alguns anos, os documentos sobre essas etnias só poderão ser encontrados em museus e ninguém poderá compreeendê-los."
O pesquisador de idiomas de minorias étnicos de Yunnan, Qi Dechuan disse que entre as mais de 120 línguas faladas na China, algumas já se perderam completamente e 20% delas enfrentam a ameaça de extinção. Por exemplo, cerca de 30 mil pessoas falavam o idioma da etnia Gelao antes da fundação da Nova China. O número diminuiu para oito mil até o final dos anos 70. Agora, apenas três mil pessoas sabem falar a língua. Qi apelou para que seja promulgada uma lei especifica para conservar essas línguas étnicas.
"A China é um país multiétnico, multilinguístico e multicultural. É indispensável promulgar leis para administrar e regularizar os trabalhos que protejam essas línguas. Temos trabalhado para isso e espero que a legislação nesta área seja alistada na agenda das autoridades."