Há dez anos, se alguém dissesse a Liu Bao que ele iria se tornar um enfermeiro no futuro, o jovem poderia sentir insultado. Mas agora, com 30 anos de idade, Liu tem uma atitude diferente e está orgulhoso de sua carreira.

"Antes do colégio, nunca havia ouvido falar sobre homens que eram enfermeiros", disse Liu Bao. Atualmente, ele trabalha como enfermeiro no Hospital de Amizade China-Japão, em Beijing. Ele disse que o fato de ele ser um enfermeiro não é nada surpreendente hoje em dia. "Se as mulheres podem fazer o trabalho bom, por que não os homens?"

De acordo com a Associação de Enfermeiros da China, o país tem cerca de 2,5 milhões de profissionais da área. Apesar de os enfermeiros homens representarem apenas 1% do total, o número está crescendo rapidamente, sobretudo em cidades grandes.

Xue Lei, de 31 anos, também é um enfermeiro em Beijing. Ele optou pelo trabalho seguindo a sugestão do pai, que disse que isso o ajudaria a encontrar um emprego facilmente depois da graduação. O pai dele estava correto. Xue conseguiu emprego no 3º Hospital da Universidade de Beijing em 2007. Agora, ele já é chefe do departamento de cuidado intensivo.

"Meu pai trabalhava num hospital. Ele via a demanda por enfermeiros", recordou Xue. "Geralmente as mulheres são consideradas gentis e cuidadosas, mas os homens também podem ser gentis e cuidadosos. Além disso, os homens são sempre mais calmos em emergências e são fisicamente mais fortes do que a maioria das mulheres. Essas são nossas vantagens para trabalhar em departamentos de alta pressão."

Os enfermeiros trabalham usualmente em divisões como cuidados intensivos, emergência e cirurgia, assim como hospitais mentais. Ser um enfermeiro no departamento de cuidados intensivos é mais complicado do que simplesmente aplicar injeções e dispersar medicamentos.

Os enfermeiros devem lavar o corpo dos doentes e ajudá-los a se virar ou mudar de posição. Eles também precisam observar e reportar as mudanças na situação de doentes. Xue Lei gosta de seu trabalho e acredita que os enfermeiros podem ajudar os doentes nos aspectos físico e mental.

Deng Jun, de 27 anos, é enfermeiro-chefe do 1º Hospital da Universidade de Beijing. Ele disse que devido ao número pequeno de enfermeiros, eles podem ter mais oportunidades do que suas colegas mulheres em treinamento, visitas de intercâmbio ao exterior e promoção profissional.

No entanto, nem todos os enfermeiros iniciaram a carreira seguindo o próprio desejo. Muitos solicitaram a frequentar os cursos de medicina na universidade, mas não tiveram notas suficientes nos exames de entrada. Na realidade, muitos enfermeiros optam por outras carreiras depois da graduação e alguns deixam o emprego após um ou dois anos em hospitais.

"Muitos enfermeiros não continuaram porque a profissão não oferece muita satisfação em termos de salário e status social", confessou Dong.