Trata-se da primeira edição do Mês Cultural do Brasil na China, que, com mais de 50 atividades em Beijing, Shanghai, Chongqing e outras cidades chinesas, e até sete atividades em todo o país num único dia, trazendo uma onda de cultura brasileira no país asiático e acelerando o ritmo de intercâmbios culturais entre os dois países.
O programa tão denso e diversificado é a intenção do organizador, a embaixada brasileira em Beijing. Segundo Valdemar Carneiro Leão, houve atividades culturais brasileiras na China, mas separadas. No entanto, durante o Mês Cultural do Brasil, "estamos fazendo tudo concentrado num único mês, uma espécie de concentração de atividades, procurando chamar a atenção do público chinês com a cultura brasileira" e fazer uma avaliação sobre os interesses do público chinês em relação à ela.
A China e o Brasil são parceiros estratégicos apesar da longa distância entre os dois. Ambos são do grupo BRICS e a China é o maior parceiro comercial do Brasil. No entanto, os intercâmbios culturais estão relativamente atrasados. Nas palavras de Marta Suplicy, ministra brasileira da Cultura, "o interesse cultural também é gigantesco, mas passa por outros caminhos, e por isso é mais vagaroso".
Porém, a própria ministra da Cultura deu passos rápidos. Numa visita à China durante o Mês Cultural do Brasil, ela visitou exposições e museus, inaugurou uma exposição de fotografias brasileiras, e o mais importante, reuniu-se com seu homôlogo chinês, Cai Wu. Suplicy assinalou que os dois países compartilham da imensa vontade de promover os intercâmbios culturais, e "minha visita aqui significa uma tentativa do governo brasileiro de fazer esse gesto, de fazer essa aproximação."
Concentrando-se na importância de intercâmbios culturais nas relações bilaterais, a China e o Brasil, apesar das dificuldades como língua e distância, concordaram em 2009 em realizar o Mês Cultural do Brasil na China e vice-versa. Em fevereiro de 2002, os dois países reiteraram a grande importância dos eventos, chegaram a um consenso sobre os eventos em 2013 e registraram isso no memorando de uma reunião de alto nível. Em meados de outubro, o Mês Cultural da China no Brasil será inaugurado, apresentando balé, concerto de música tradicional chinesa, exposição de desenho animado chinês, festival do cinema chinês, entre outros, no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, etc.. Com a forma do Mês Cultural, iniciou-se um novo capítulo nos intercâmbios bilaterais.
Entretanto, não apenas os governos aceleraram os intercâmbios. Durante o Mês Cultural do Brasil, nos palcos e museus, nos cafés e bares, foram os brasileiros que expressavam-se e apresentavam-se, e eram os chineses que aplaudiam e apreciavam. "A dimensão humana é o que conta na promoção cultural", comentou o embaixador brasileiro.
Na opinião de Hu Xudong, vice-diretor do Centro da Cultura Brasileira da Universidade de Pequim, na era da globalização, as pessoas desejam cada vez mais conhecer culturas estrangeiras, a fim de complementar seus conhecimentos, diversificar sua vida cultural e entender melhor os desafios comuns em todo o mundo. "O Mês Cultural, como uma exibição cultural de múltiplos ângulos, com o apoio governamental e participação da sociedade e público, oferece uma grande e diversificada plataforma para o público conhecer culturas estrangeiras originais, por vários meios em vários locais, como universidades, museus de arte, livrarias e cafés."
Os intercâmbios culturais são encontros de duas sociedades, ou de dois povos, ecoou Valdemar Carneiro Leão, assinalando que quando os dois povos se aproximam, há aproximação humana. Ele admitiu que entre o Brasil e a China, "o lado cultural é ainda um lado que carece de maior atenção, de mais densidade" e isso exige muito trabalho de lado a lado, acreditando que o público jovem, mais aberto e com mais curiosidade, é vital para os intercâmbios culturais bilaterais.
"Entre a China e o Brasil, intercâmbios culturais podem melhorar conhecimentos mútuos em todos os aspectos. É como fazer amigos. Amigos verdadeiros não fazem apenas negócios, mas conhecem pelo menos os passatempos e caracterísiticas da vida cultural um do outro", assinalou Hu.
por Xinhua