À medida que as autoridades chinesas procuram apertar o controlo do mercado imobiliário do país, nomeadamente com a aplicação de medidas como o "limite de compra de propriedade", "limite de acesso ao crédito" e "impostos sobre a propriedade", cada vez mais chineses viram a sua atenção para os investimentos no exterior. Ao mesmo tempo, os grandes grupos imobiliários da Europa e dos EUA, cientes da capacidade de investimento dos chineses, começam a procurar oportunidades na China.
Segundo as estatísticas disponíveis, imigração, investimento e viagens de lazer são as três principais razões pelas quais os chineses se deslocam ao exterior, sendo que a importância dos dois primeiros tem aumentado de ano para ano. Os dados do serviço de imigração norte-americano mostram que a China ocupa a grande fatia de investidores estrangeiros no país, com uma presença de 772 investidores.
Com o aumento do número de chineses a viver no exterior, o seu peso no mercado imobiliário internacional tem naturalmente crescido. Além disso, devido à crise econômica de 2008 e à crise de dívida atual, o setor imobiliário do exterior caiu consideravelmente. Esta situação oferece boas oportunidades de negócio para os investidores chineses.
A Feira de Propriedades de Luxo Internacionais de Beijing – 2012, inaugurada na capital chinesa em abril, é uma feira profissional que serve de catálogo de propriedades no exterior, especialmente no setor de luxo, e põe em contato os promotores imobiliários com os investidores chineses. Mais de 30 países e 60 cidades participaram do evento, entre os quais Austrália, Canadá, França, Itália, Portugal, Espanha e Holanda. O presidente da Real Folio Estate, João de Castro, salientou as vantagens do mercado imobiliário português:
"O Estoril, que fica a 15 km de Lisboa, é uma estância internacional com imenso glamour: conhecida no mundo inteiro. Temos aí o maior casino da Europa, temos praias fantásticas, temos campos de golfe, hotéis dos melhores que há no mundo. É interessante que os empresários chineses estabeleçam parcerias com os empresários portugueses. Nomeadamente na área do turismo. Um chinês que invista um milhão de dólares na compra de uma propriedade em Portugal poderá ter um visto de residência válido até 5 anos. Há, portanto, vários fatores que podem levar o povo chinês a investir em Portugal, para além da ótima comida, do ótimo clima ou das praias. O país tem tudo de bom para que uma pessoa possa passar umas boas férias ou viver."
Os preços competitivos, o direito de residência permanente e a alta taxa de retorno do investimento inicial, são as caraterísticas mais atraentes para os chineses. No entanto, uma vez que ainda não existem muitas vias formais de contato, a maioria dos interessados consegue apenas explorar o mercado imobiliário no exterior através de vídeos e estatísticas. Segundo João de Castro, contatar com as empresas do setor para obter informações fidedignas e operar através dos canais legais é uma forma dos clientes garantirem os seus direitos, maximizarem os benefícios e reduzir os riscos do investimento.
A Terimmo, por exemplo, uma empresa europeia que opera na área dos imóveis de luxo, oferece várias soluções para encontrar o negócio certo para todos os clientes. Laurent Deléaval, um dos responsáveis da empresa, explica:
"Após a inscrição feita pelos interessados, a nossa empresa organiza uma visita para levar os clientes ao local, para que estes possam ver ao vivo a localização e a envolvente da propriedade em questão. Apenas após este processo, os clientes decidem, com todas as informações na mão, se querem investir ou não".
Seguindo o aumento da renda média das famílias chinesas, aumenta também a vontade de gozar de uma vida melhor. Com o aperfeiçoamento dos serviços disponibilizados pelos operadores do mercado imobiliário, os investidores chineses irão certamente desfrutar das conveniências trazidas pelo desenvolvimento econômico do país.
Repórter: Nina Niu
Revisão: Miguel Torres