A China, apesar do rápido processo de industrialização e modernização, é predominantemente agrícola. Os anos de trabalho no campo deram aos chineses reconhecidos conhecimentos, experiências e domínio das técnicas de plantio. Dentro desse contexto, Beijing sediou a Exposição sobre a Cultura Agrícola da China.
O evento teve a organização do Ministério chinês da Agricultura em parceria com o Museu da Agricultura da China e do Centro Nacional de Exposições Agrícolas, local da mostra. Durante o evento, nossa reportagem conversou cm o diretor do Instituto de Pesquisa do Museu da Agricultura, Hu Zexue.
"A exposição durou de 2 a 8 de março e teve entrada gratuita. O objetivo dela é divulgar e popularizar nossa cultura agrícola de longa história. Ao mesmo tempo, a exposição é uma medida concreta para impulsionar o desenvolvimento coordenado entre promoção cultural e econômica no meio rural."
Pelos 3.000 m2 do pavilhão principal da exposição foram estabelecidas quatro zonas. Nelas o público pôde testemunhar as principais características da cultura agrícola chinesa e sua aplicação nos tempos modernos, além dos êxitos obtidos nos aspectos de proteção, utilização, evolução e divulgação. Hu Zexue ressaltou os atrativos da mostra.
"Um dos atrativos é que na zona da cultura agrícola tradicional são exibidos muitos objetos reais, como instrumentos agrícolas usados no passado e livros antigos sobre agricultura, raramente vistos em outras exposições. Outro diferencial é a apresentação de alguns patrimônios imateriais da cultura agrícola, como tecelagem do fio da seda, trançado de palha e produção de vinagre."
Os patrimônios imateriais da cultura agrícola também são considerados preciosos. Eles condensam a sabedoria das 56 etnias chinesas, sendo uma riqueza insubstituível e não renovável da nação. Foram convidados a participar do evento vários herdeiros de nível provincial e nacional dos patrimônios imateriais da cultura agrícola. Lá os visitantes puderam vê-los "in loco" trabalhando suas artes especiais.
Como importantes representantes da civilização agrícola chinesa, as aldeias históricas são verdadeiros museus a céu aberto, pois preservam tradições, costumes e a arquitetura local. Desde 2003, quando o país iniciou o trabalho de nomeação de aldeias históricas e culturais, 169 sítios já receberam o título. Na exposição, os organizadores disponibilizaram uma sala de projeção e um telão no qual, com um simples toque, o visitante pôde fazer um tour virtual por essas vilas e aldeias históricas.
De acordo com Hu Zexue, a exposição atraiu diariamente quase dois mil visitantes, mesmo nos dias úteis. Lá, a reportagem conversou com uma mãe que havia levado seu filho à exposição.
"Essa é uma boa oportunidade, pois podemos ver os objetos verdadeiros da cultura agrícola. Gosto muito dessas coisas do campo. E é difícil para o meu filho vê-las na cidade. Achei muito boa essa exposição."
"Adoro esse tipo de exposição. Gosto muito do trançado de palha e do moinho d'água antigo. Eu sei que ele ainda é usado para irrigação no campo."
Além do pavilhão principal, a exposição contou ainda com sete unidades temáticas, com destaque para a civilização agrícola chinesa, instrumentos agrícolas tradicionais, amostras de solos.