De acordo com o zodíaco chinês, 2012 é o ano do Dragão. Devido a isso, e se nada interferir com o que a história e a tradição estabeleceram há muito tempo, este ano é esperado um aumento do número de nascimentos na China. Com este pico de mães a dar à luz, os hospitais e jardins de infância em todo país se preparam para a pressão de trabalho e movimento extra.
Para muitas famílias chinesas, ter um bebê no ano do Dragão é auspicioso.
Uma habitante da cidade de Guangzhou, grávida de 4 meses, nos explicou que:
"Algumas pessoas acreditam que os bebês que nascem no ano do Dragão são líderes natos e pessoas de sucesso. Normalmente, estes bebês se tornam pessoas confiantes, prudentes e corajosas. Muitos dos meus amigos também estão planejando ter um filho neste ano especial."
De acordo com o Instituto de População da Universidade de Renmin, quase 20 milhões de crianças nascerão este ano, um aumento de 5% em comparação com 2011.
Segundo os demógrafos com quem falamos, este aumento começou em 2005 e vai continuar até 2014, altura em que os casais nascidos na década de 80 do século passado se encontram no período reprodutivo das suas vidas.
Um fator que conduziu ao aumento do número de recém-nascidos é a política de natalidade introduzida no ano passado. Os casais constituídos por filhos únicos podem ter dois filhos, uma mudança significativa relativamente à muito mais restritiva política do filho único anteriormente em vigor na China.
Esta mudança vem exercendo uma grande pressão nos hospitais das grandes cidades.
No final de 2011, o número de mulheres grávidas tinha já ultrapassado a capacidade de atendimento do Hospital de Obstetrícia e Ginecologia de Beijing. A situação, prevêem as autoridades, vai continuar este ano.
Zhou Yi, gestora do Shanghai-based United Family Hospital and Clinics, comentou:
"Prevemos que o número de bebês nascidos este ano no nosso hospital apresente um crescimento de 25% em comparação com o ano anterior. Estamos planejando construir mais salas de parto e alas clínicas para atender a demanda."
O rápido aumento da população de recém-nascidos também traz desafios aos jardins infantis.
Os dados do Ministério da Educação indicam que há quase 140 mil jardins de infância em todo país, uma oferta que se traduz em 26 milhões de vagas para bebés – uma oferta que cobre apenas metade do número total de crianças em idade pré-escolar.
Centrando nossa atenção somente em Beijing, durante os últimos 3 anos nasceram mais de 450 mil bebês na capital chinesa. Contudo, dados oficiais apontam para um número de vagas em jardins de infância que gira à volta dos 200 mil. Isso significa que, a não ser que medidas especiais sejam tomadas, mais de metade dos pais não conseguem garantir um lugar para seus filhos nos infantários da cidade.
O governo municipal prometeu que irá expandir a rede de jardins de infância e construir mais 110 estabelecimentos, aumentando assim a capacidade de resposta ao aumento do número de nascimentos na cidade.
Por todo o país, estudiosos das tendências populacionais vêm apelando aos governos locais para que estes comecem a pensar em medidas a longo prazo e a preparar o impacto que o atual acentuado crescimento da natalidade terá na sociedade.
Tradução: Nina Niu
Revisão: Miguel Torres