A medicina tibetana é uma pérola no acervo da medicina chinesa. A população tibetana acumula experiências muito ricas na convivência com a natureza e na luta contra diversos tipos de doenças, formando um sistema muito específico. Ela também é cada vez mais aceita por pacientes dentro e fora do país. O vice-diretor do Instituto de Medicina Tibetana, Migmar, é um especialista nessa área, que tem crescido nos últimos anos. Ele conhece bem a história, a situação atual e pespectivas da medicina tibetana.
Ele disse que a medicina tibetana é cem por cento natural e as matérias-primas são principalmente diversos tipos de plantas, ou parte de corpos de animais, além de poucos materiais minerais. Os medicamentos tibetanos são fáceis de serem ingeridos e muito mais baratos que outros tipos de medicamentos, devido ao baixo custo de produção.
Segundo Migmar, a medicina tibetana já tem uma história de 3.800 anos. Apesar dessa longa história, ela possuia poucos especialistas e poucos recursos. Porém, após a libertação, o Tibete formou muitos especialistas altamente qualificados e modernos. O governo tibetano fundou, em 1985, a faculdade de medicina tibetana dentro da Universidade do Tibete. Junto com a Escola Politécnica de Medicina Tibetana, criada em 1983, foi criado o Instituto de Medicina Tibetana. A entidade serve como a base para formação de profissionais de alto nível e com uma visão moderna sobre a medicina tibetana.
Migmar começou a frequentar o curso de licenciatura de medicina tibetana dessa universidade em 1985. Até o momento, o Instituto de Medicina Tibetana já formou mais de 2.600 profissionais de todo o país, espalhados em diversas localidades do Tibete, bem como em Qinghai, Sichuan, Gansu e Yunnan.
Com o desenvolvimento científico e tecnológico, a medicina tradicional começou a voltar-se para uma combinação com a medicina ocidental. Os pesquisadores se dedicam a recorrer a meios científicos para elaborar os medicamentos tibetanos, que antigamente eram administrados em forma de pílula, em pó e em decocção, e hoje são cápsulas, remédios tópicos e até injeções. Além disso, vem sendo intensificados os intercâmbios do setor com outros locais do país e do resto do mundo.
Além de falar sobre o desenvolvimento da medicina tibetana, Migmar também dá suas dicas para prevenir e tratar o mal-estar causado pelas altas altitudes para quem visita o Tibete:
Ele disse que na medicina tibetana, prevalecem quatro aspectos: primeiro, hábito diário, segundo, ingestão de alimentos, terceiro, medicamentos e quarto, métodos de tratamento. Falando sobre o primeiro aspecto, a medicina tibetana dá muita importância à vida diária. Por exemplo, o turista passa de repente de um ambiente de baixa altitude e de suficiente oxigênio para o planalto com elevadas alturas e quantidades mais baixas de oxigênio. Ele tem que tomar muito cuidado com suas ações diárias: não se movimentar drasticamente e manter o espírito em paz, livre de impaciência e medo. E tentar ter um bom sono nos primeiros três dias depois de entrar no Tibete. E além disso, ter cuidado também com a alimentação. O planalto tem sua característica alimentar. Porém, para uma pessoa recém-chegada, é aconselhável não consumir logo alimentos típicos do planalto, considerados quentes e com alto teor de proteína. É melhor ir se adaptando gradualmente. Por exemplo, vinho de cevada, carne de iaque e chá com nata. Caso você nunca tenha ingerido comidas do planalto como essas, comece a consumi-las pouco a pouco. Nem coma bastante de uma vez nem rejeite comê-las. E além disso, na medicina tibetana também há medicamentos para aliviar as reações às quantidades baixas de oxigênio. E cada médico tem seu método único. Quando um turista sentir dor da cabeça, o médico pode sugerir a terapia com aguardente, massagem ou acupuntura, que tem efeito bastante bom.