Rogge disse que as alegações da Inglaterra de que seis altos oficiais, que representam um quarto dos 24 membros do Comitê Executivo, receberam ou solicitaram subornos por seus votos na escolha da sede da Copa do Mundo, são muito ruins para a imagem do esporte mundial.
O líder do Comitê Olímpico Internacional pediu que os órgãos esportivos trabalhem em ambos os lados para controlar a corrupção dentro e fora do campo. Ao participar de uma conferência da ONU sobre a promoção da paz através do esporte, Rogge disse que é preciso lutar contra a corrupção e assegurar que o esporte, tanto na administração quanto nas disputas, seja limpo.
Para o presidente, quando se fala em campeões e atletas de ponta, há sempre a ameaça de doping. E, em termos de administração esportiva, há sempre a ameaça de práticas não-éticas. Rogge destacou que qualquer denúncia contra condutas incorretas na escolha das sedes da Copa do Mundo de 2018 e 2022 deve ser suportada por provas concretas.
O Comitê Olímpico Internacional já ordenou que a Comissão de Ética da entidade receba todas as evidências de atos atiéticos de Issa Hayatou, vice-presidente da FIFA e membro do COI.
Hayatou, de Camarões, e Jacques Anouma, da Costa do Marfim, foram acusados de ter recebido US$1,5 milhão para votar a favor do Catar para sede da Copa do Mundo de 2022. As provas foram entregues ao Parlamento Britânico pelo jornal Sunday Times. O Qatar venceu a eleição, derrotando os EUA na rodada final.
A Federação de Futebol do Catar nega as alegações, dizendo que são completamente irreais.
Hayatou, presidente da Confederação Africana do Futebol, se recusou a comentar as denúncias, segundo a entidade.
O Comitê Olímpico Internacional já sofreu um escândalo de corrupção em 1999. Dez membros foram expulsos ou forçados a renunciar devido à compra de votos na escolha de Salt Lake para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2002.
Joseph Blatter, presidente da FIFA e membro do COI, não foi acusado de corrupção durante a audiência no Parlamento Britânico no dia 10 de maio, quando surgiram novas provas. Blatter pediu que as evidências sejam apresentadas ao Comitê de Éticas\ da FIFA e prometeu que tomará ações imediatas uma vez que as condutas antiéticas sejam comprovadas.
Blatter apontou que o tema central de sua campanha de re-eleição para o próximo dia 1º de junho é tolerância zero à corrupção. Ele ainda tenta manter distância dos membros sob suspeita. Ele ponderou que não há como dizer se todos os acusados são anjos ou diabos. Também disse que isso aconteceu no seu governo, mas que os atos não foram comandados por ele, pois partiram de diferentes confederações.
O presidente da Confederação Asiática do Futebol, Bin Hammam, desempenhou um papel crucial na vitória da candidatura de sua terra natal, Catar, para a Copa do Mundo de 2022. Ele insiste em dizer que a FIFA não é corrupta, apontando que a entidade é vitima da popularidade do futebol.