Em junho de 2009, a China tinha mais de 330 universidades privadas, que representavam 15% das instituições de ensino superior de todo o país. Porém, a escassez de alunos e a perda de professores têm colocado essas instituições em uma situação difícil. Ouça a reportagem.
Li Liang, um estudante de ensino médio na província de Zhejiang, leste da China, participará do exame vestibular nacional este ano. Ele está considerando cinco universidades, nenhuma delas é privadas. A mãe de Li Liang disse que é difícil para os estudantes de universidades privadas encontrarem um bom emprego depois da formatura.
"Alguns empregadores não reconhecem as qualificações das universidades privadas. E a mensalidade é quase o dobro em relação à de universidades públicas."
As universidades privadas da China estão concentradas principalmente nas províncias de Zhejiang, Sha'anxi e Guangdong. Um grande número delas foi criado como uma entidade complementar de universidade pública, com menores exigências escolares. Isso tem marcado os centros de ensino particulares como instituições inferiores. Somente os estudantes que foram recusados no ensino superior público vão escolher às particulares.
Não só os alunos desfavorecem as universidades privadas, mas membros do corpo docente também tem optado por sair.
Zhang Yi costumava ser uma professora da Universidade de Comunicações de Nanjing, uma instituição particular associada à famosa Universidade de Comunicações da China. No ano passado, ela e dezenas de professores se demitiram em conjunto.
"Parece que os alunos são os mestres da universidade, enquanto os professores supostamente devem servi-los. A universidade não tem regras rigorosas para regular os estudantes, com medo de perdê-los. Isso exerce muita pressão sobre nós, os professores."
Segundo relatos da mídia, o status quo da maior parte das universidades privadas na China é associada a sociedades não-privadas. Yang Sihai, que é responsável pela Faculdade Zhongshan, uma instituição particular na província de Jiangsu, disse que a condição as coloca em uma situação embaraçosa.
"Não somos nem uma empresa, nem uma instituição estatal. Nós não temos o direito de fazer financiamento, por isso, não podemos oferecer um bom salário para os professores. Nós não temos o apoio financeiro do governo, por isso temos de cobrar uma taxa mais alta dos alunos."
O professor da Universidade Normal de Beijing, Hong Chengwen, disse que a chance de reestabelecimento dessas instituições é fazer com que elas se desvinculem das universidades públicas, para que possam ter políticas mais flexíveis de financiamento.
"Por exemplo, muitas universidades privadas os EUA estão investindo na bolsa ou no mercado de petróleo. Elas têm suas próprias fundações para arrecadar dinheiro. Talvez as universidades privadas da China possam aprender com isso."
Hong acredita que o desenvolvimento das universidades privadas na China está caminhando os primeiros passos. No futuro, elas vão exercer um papel mais importante no ensino superior da China.