O diretor do Centro de Gerenciamento de Futebol da Administração Estatal de Esporte da China, Wei Di, afirmou recentemente à imprensa chinesa que o país tem capacidade de sediar a Copa do Mundo de 2026 e que sua maior contribuição seria trazer 1,4 bilhão de chineses para o evento, inclusão que exerceria grande influência não só no Mundial, mas em mundo. Ouça agora a reportagem.
Após visitar a África do Sul durante a Copa do Mundo, a proposta de candidatura da China para ser sede do Mundial de 2026 feita por Wei Di causou grande repercussão no país. Os que se manifestam contra a ideia fazem cinco questionamentos: O evento pode trazer benefícios ao país? Vai elevar a confiança dos torcedores? Quantos chineses concordam com a candidatura? É possível ter o apoio de organizações internacionais? Isso pode provocar alguma mudança fundamental no futebol chinês?
Wei Di, entretanto, não se deixa abalar. Tamanha confiança é fundamentada na história da própria Copa do Mundo. Para ele, a realização do Mundial na África do Sul elevou muito a influência do país no continente africano. Ele argumenta também que o futebol faz parte do "poder suave" de um país, e que o esporte é parte destacada desse poder. Líderes de mais de 20 nações participaram da cerimônia de abertura da Copa do Mundo na África do Sul, demonstrando a influência especial do evento. Wei Di lembrou ainda que o torneio estimulou o crescimento do PIB sul-africano. De acordo com estatísticas atualizadas, o aumento 0,5%, do PIB provocado pela Copa do Mundo impulsionou o desenvolvimento econômico local. O evento promove a unidade de um país e a integração de diversas etnias, finalizou o diretor do Centro de Gerenciamento de Futebol da Administração Estatal de Esporte.
Wei Di entende ainda que a realização de uma Copa do Mundo ajuda a elevar o nível futebolístico do país anfitrião, e o time da África do Sul é um exemplo disso. No passado, fraudes atormentavam o esporte mais popular do mundo em terras sul-africanas. Com o sucesso da candidatura à Copa do Mundo, o governo do país se concentrou em solucionar esse grave problema. Então, decidiu-se separar o órgão administrativo daquele que organiza as partidas da União de Futebol da África do Sul, modelo considerado ideal pela FIFA, que pretende estendê-lo a outros países do mundo.
O fato de Japão e Coreia do Sul terem alcançado as oitavas de final da edição deste ano do Mundial, segundo Wei, é motivo de confiança aos jogadores chineses.
Com sabedoria, a realização da Copa do Mundo não provocará perdas econômicas à China, defende Wei Di. Quando realizada em outros países, o torneio deu oportunidades para que diversas empresas chinesas divulgassem suas marcas também nos gramados. Se o Mundial for realizado na China, empresas internacionais não vão perder a oportunidade de ingressar num mercado tão grande quanto o chinês.
Quanto ao apoio da FIFA, o diretor disse que a entidade demonstrou o desejo de que o país se candidate a sediar uma Copa do Mundo. E a China, com sua grande influência mundial, já deu mostras de que tem capacidade para responder a essa confiança.