Este texto vai analisar o grupo B da Copa do Mundo da África do Sul, composto por Argentina, Coreia do Sul, Nigéria e Grécia. Este é o único grupo em que cada seleção vem de um continente. Será uma boa oportunidade para ver em campo diferentes escolas de futebol. Com exceção da polêmica equipe Argentina, os outros três times são mais ou menos do mesmo nível. Por isso, a segunda vaga desse grupo deve ser muito disputada.
Argentina
Caminho teoricamente fácil na primeira fase
Em 2010, o time da Argentina participará da 15ª Copa do Mundo. Após os títulos nos mundiais de 1978 e 1986, o melhor resultado obtido pela seleção foi o vice-campeonato em 1990. A ausência de Diego Maradona no sorteio que definiu os grupos para a Copa da África acabou dando sorte à Argentina, que vai reencontrar velhos amigos. Na Copa dos Estados Unidos, em 1994, última edição em que Maradona participou como jogador, a Argentina derrotou Nigéria e Grécia. No mundial de 1986, no México, quando Maradona vivia seu melhor momento, o time argentino passou fácil pela Coreia do Sul ainda na primeira fase. Com base nesse retrospecto, a equipe 8a colocada no ranking da FIFA não deve ter problemas para passar à fase seguinte da competição.
A Argentina possui excelentes jogadores na defesa e no meio-campo, mas seu ponto forte é o ataque. Além do premiado Lionel Messi, Gonzalo Higuaín, Sergio Agüero e Carlos Tévez prometem assombrar os zagueiros rivais. O maior problema enfrentado pelo técnico Diego Maradona é
fazer com que a genialidade de todas essas estrelas se reflita no grupo. Nas eliminatórias, o treinador convocou um grande número de jogadores, fato que contrubuiu para uma certa desordem tática, atrapalhou o entrosamento e afetou o resultado da equipe na competição. Como o nível técnico dos três adversários na primeira fase é inferior ao da Argentina, Maradona ainda tem tempo para organizar o time.
Nigéria
Defesa reforçada
O surpreendente futebol apresentado pela seleção da Nigéria na Copa de 1994 levou a então estreante às oitavas de final do torneio. Se o italiano Roberto Baggio não tivesse jogado tão bem, quem sabe o time africano teria ido além do 9º lugar. Na edição seguinte chegou novamente à fase eliminatória, mas caiu diante da Dinamarca. Em 2002 não passou da primeira fase e, em 2006, não conseguiu se classificar à disputa. Apesar disso, a Nigéria continua a ser a equipe mais competitiva entre as africanas, e com grandes chances de terminar a primeira fase entre as 16 melhores seleções.
Nas eliminatórias africanas para a Copa do Mundo a Nigéria ganhou todos os seis jogos que disputou. Mas o terceiro lugar na Copa Africana de Nações derrubou o técnico Shuaibu Amodu, substituído pelo sueco Lagerback Lars, que traz no currículo duas participações em Copas. Diferente dos times anteriores, de ataques fortes e defesas frágeis, a equipe de 2010 conta com zagueiros famosos mundialmente, como John Obi Mikel, jogador do Chelsea. O atacante Obafemi Martins, do Wolfsburg, é outro destaque do time.
Coreia do Sul
A disposição é a maior arma
O jogo entre Argentina e Coreia do Sul na Copa do Mundo 1986 deve estar entre aqueles que Maratona quer esquecer. A Argentina venceu por 3x1, mas Don Diego nada conseguiu fazer em campo devido à marcação acirrada do zagueiro sul-coreano Huh Jung-Moo, hoje técnico da seleção do país. A Copa da África do Sul será a 7a disputada pela equipe asiática. Park Ji-Sung, que desde 2005 atua pelo Manchester United, é o jogador sul-coreano mais famoso em atividade. O estilo de jogo da seleção da Coreia do Sul é modesto, mas prático. Foi com esse espírito que em 2002, em casa, a equipe conseguiu seu melhor resultado no torneio, um quarto lugar depois de ser derrotada pela Turquia num jogo muito disputado.
Grécia
A defesa em primeiro lugar
Dezesseis anos depois de sua estreia, a Grécia volta a participar de uma Copa do Mundo, e de novo tem Argentina e Nigéria pela frente. A seleção de hoje é melhor do que aquela que na Copa dos Estados Unidos, em 1994, perdeu todos os jogos na primeira fase, sofreu 10 gols e não marcou nenhum.
De todos os técnicos do Grupo B, o alemão Otto Rehhagel, que treina a Grécia, é o mais experiente. Em 2004, ele liderou o time grego na conquista surpreendente e inédita da Eurocopa. Apesar da campanha irregular nas eliminatórias europeias para a Copa do Mundo de 2010, a Grécia eliminou a Ucrânia de Shevchenco na repescagem. A vitória foi creditada à eficiente defesa armada por Rehhagel. Tudo leva a crer que a Grécia adotará na África do Sul uma tática que prioriza a forte marcação.