No livro, Lu Yu tentou apresentar ricas informações sobre a cultura chinesa do chá aos leitores. A obra foi dividida em três seções: a primeira, com três capítulos, discute a erva e a sua produção. A segunda tem apenas um capítulo, em que são listados os utensílios necessários para a produção. A última parte inclui seis capítulos, cobrindo conteúdos da cerimônia do chá a registros históricos antigos.
Dizem que o capítulo intitulado "eventos de chá" tem o maior valor histórico, pois conta incidentes que envolveram a bebida por milhares de anos, desde a antiguidade até a Dinastia Tang.
Nos dez capítulos escritos por Lu Yu há mais de mil anos, há muitas informações sobre cultura, arte e história do chá, além de botânica, agricultura, medicina, geografia, hidrologia, cerâmica, máquinas de cultivação de ervas e produção de chá.
O texto do "Livro Clássico do Chá" é surpreendentemente conciso, com 55 páginas e apenas pouco mais de 7 mil caracteres. Isso porque a obra foi redigida por Wen Yan Wen em uma linguagem da literatura clássica tradicional do país, bem diferente do chinês moderno. Na antiguidade, essa linguagem condensada e refinada, cheia de estilo poético, era apenas usada entre eruditos e poetas. Infelizmente, hoje, muitas pessoas desconhecem o trabalho de Wen Yan Wen e, por isso, não conseguem compreender e apreciar na totalidade a riqueza do texto.
Além de ganhar renome nacional, o Livro Clássico do Chá também é uma obra importante para a cultura mundial da bebida, tendo sido traduzida para mais de 60 idiomas, como japonês, coreano, alemão, italiano e inglês.
Para Lu Yu, o chá simboliza a harmonia e a união misteriosa do universo, e seu "Livro Clássico do Chá" é considerado a "enciclopédia do chá" pelos chineses. A maioria dos processos de se fazer chá mencionados no livro já foi abandonada na produção moderna da infusão, mas, devido ao livro de Lu, o chá ganhou um status especial e se tornou uma categoria independente na cultura chinesa.