Além de ser símbolo de virtudes, os chineses antigos acreditavam que o bambu tinha ligação com a alma e a emoção.
O bambu mosqueado é o "bambu das concubinas imperiais", que tem origem em uma lenda sobre o imperador Shun, morto durante uma inspeção ao sul do país. Ele foi enterrado onde hoje está localizada a Província de Hunan, centro da China. As esposas de Shun, Ehuang e Nuying, lamentaram sua morte próximas ao Rio Xiangjiang, e suas lágrimas deixaram manchas nos bambus ao longo do rio.
Um outro tipo de bambu, o Mengzong, honra um filho fiel. Meng Zong era um estudante durante o Período dos Três Reinos (220-280). Quando ainda bebê, seus pais sofreram de uma doença que não respondia à medicina convencional. O doutor sugeriu um tipo de sopa de rebento de bambu, mas era impossível encontrar essa planta no inverno. Meng chorou de tristeza, e sua sinceridade comoveu tanto os deuses, que alguns rebentos de bambu brotaram na terra. Após tomar a sopa, sua mãe se recuperou e o amor fiel de Meng foi elogiado.
Os autores da China Antiga estimavam profundamente o bambu, o que explica porque existem tantos artigos e pinturas dedicadas à planta em escrituras antigas.
Entre todos os pintores da China Antiga, Zheng Banqiao (1693-1765) da Dinastia Qing é considerado o melhor pintor de bambu. Suas pinturas salientam a vitalidade da planta, e ele a desenha como representante da firmeza e do orgulho. Em uma de suas obras está a inscrição: "Cresce firmemente rente à montanha, deita raízes na encosta abrupta, torna-se mais forte a cada adversidade, e resiste aos ventos fortes vindos de todas as direções".
Hoje as pessoas dão mais importância à interação entre o homem e a natureza, e o estabelecimento das zonas da preservação de bambu, além de ser considerado como uma forma de restauração dos valores tradicionais chineses, vai beneficiar os pandas gigantes.