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Museu de Cerâmica Colorida de Lanzhou
  2012-04-24 10:27:02  cri

A província de Gansu, no noroeste da China, é um dos berços da cultura chinesa. Das muitas manifestações artísticas encontradas na história desta civilização milenar, a colorida cerâmica de Gansu constiui uma das suas mais importantes relíquias. Recuando uns impressionantes 5000 anos, encontramos já diversas formas, padrões e cores usadas pelos artesãos de então, demonstrativas do nível de desenvolvimento alcançado pelo artesanato da região.

Estas características não são evidentes para aqueles que não são especialistas da área, o que resulta no fato da cerâmica de Gansu parecer um pouco dura e difícil de compreender. Para encurtar a distância entre a população e a sua história, o historiador de cerâmica Wang Haidong criou o Museu de Cerâmica Colorida em Lanzhou, capital de Gansu.

Ao entrar no museu, há muitas surpresas a ser descobertas pelos visitantes. A coleção exposta permite uma compreensão desta extraordinária forma de arte e o entendimento do grande domínio alcançado pelos antepassados nesta forma de expressão. A exposição divide-se em três partes, que vão do nascimento da civilização chinesa, passando pelo pico da cultura pré-histórica e continuando com a história construída desde então.

Entre as peças exibidas, encontra-se o xun, um instrumento musical em forma de pera que se calcula ter sido feito entre os anos 5900 e 5500 atrás. Sobre este instrumento, Wang Haidong comentou:

"Não há registros que conservem a música tocada pelos nossos antepassados, sendo que a nossa ideia é apenas isso mesmo, uma ideia. O xun de cerâmica, no entanto, mostra claramente que a música popular já tinha sido criada naquele período. Este é o xun mais antigo descoberto até ao momento."

Com base em abundantes materiais de estudo que sobreviveram até aos nossos dias, Wang Haidong escreveu mais de cem artigos acerca da política, economia, música e pintura da cultura pré-histórica chinesa. Apesar destes textos encontrarem resistência por parte de muitos outros especialistas, Wang não abandonou a sua dedicação ao tema. O tempo passado a contemplar as louças e artefactos de cerâmica parecem ser momentos de diálogo com a antiguidade, afirmou Wang. O historiador elaborou essa ideia com recurso a uma das peças exibidas pelo museu.

"Nesta peça há pinturas num dos lados, mas não do outro. Podemos considerar esse fato como um reflexo do yin e do yang dos nossos antepassados. A pintura chinesa valoriza os espaços reservados para o branco, criando harmonia, uma forma de pensar que se reflete nos utensílios fabricados há mais de cinco ou seis mil anos. Mesmo naquela altura, os nossos antepassados já exibiam grandes preocupações filosóficas, algo que tem sido muito evidente na minha larga experiência de estudo da sua cerâmica."

A religião também figurava entre os temas preferidos nas representações da época. A representação de uma onda remete para o culto da água. A forma de uma serra, por seu lado, demonstra o culto prestado à montanha.

No centro do pavilhão encontra-se uma garrafa de longo gargalo. Este é o tesouro mais importante da coleção do museu. Este foi um artefacto particularmente difícil de obter. Wang Haidong recordou o longo processo até finalmente conseguir adquirir essa relíquia:

"Este tipo de artigos eram utensílios utilizados no quotidiano das pessoas daquele tempo. Como tal, não foi colocado num túmulo, como foram muitas outras peças que chegaram até aos dias de hoje. Talvez devido a alguma calamidade natural ou a mudanças geográficas, a garrafa acabou soterrada, tendo sido descoberta na cidade de Lintao e vendida, posteriormente, a outras províncias. Depois de saber da sua existência, comecei a tentar adiciona-la à coleção do museu. Ao fim de dois ou três anos, consegui finalmente compra-la."

A maioria dos artigos de cerâmica colorida é descoberta em cacos. A posse de uma peça intacta e que exiba cores preservadas é muito difícil. No museu de Wang Haidong, há vários artigos muito bem preservados. Venha ver e conhecer a história de cerâmica colorida que começou há cinco milênios!

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