Hoje, vamos conhecer um casal idoso mochileiro chinês. Eles são Wang Zhongjin, de 61 anos, e seu marido Zhang Guangzhu, de 63 anos. O casal mora em Beijing e ganhou o gosto de viajar depois da aposentaria. Nos últimos três anos, eles, de mãos dadas, viajaram por dezenas de países. Em 2011, Wang Zhongjin e Zhang Guangzhu fizeram uma volta pelo hemisfério sul do planeta, durante 180 dias. Zhang recordou:

"A viagem não foi fácil. Partindo de Beijing, chegamos primeiro à África do Sul, depois aos EUA e, mais tarde, à Argentina. Nesta viagem atravessamos o equador por seis vezes."

À conversa com Zhang Guangzhu, o marido, ficamos a saber que a viagem terminou na Austrália. Pelo meio, ele e a mulher visitaram 14 países do hemisfério sul. É surpreendente que tenham ido, inclusivamente, à Antártica, juntando-se a alguns jovens aventureiros num navio quebra-gelo. Sobre essa experiência, a esposa Wang Zhongjin lembrou:

"Chegamos ao continente antártico num dia nublado. Não víamos o Sol, apenas um brilho azul no horizonte. As montanhas de neve também se encontravam rodeadas por uma espécie de auréola azul, um fenômeno um pouco estranho, mas muito bonito. Como não há plantas lá, nos lugares onde não havia pinguins, sentimos um silêncio absoluto. A paisagem desolada fez-nos sentir como se estivéssemos no fundo do mundo."

Depois de sair da Antártica, o casal iniciou uma muito antecipada viagem pela América do Sul. Eles visitaram igrejas e museus em Córdoba, na Argentina e contemplaram as cataratas de Iguaçu, na tripla fronteira entre a Argentina, o Brasil e o Paraguai.

"Foi absolutamente magnífico, essas cataratas tão amplas! Se conseguem vê-las tanto do lado argentino, como do lado brasileiro. Há muitas plantas nas proximidades e à distância as cataratas parecem um bonsai enorme. Foi muito legal!"

O casal tirou muitas fotos em frente às cataratas, e nos seus sorrisos é bem visível sua alegria. Alguns dias depois, Wang Zhongjin e Zhang Guangzhu foram ao centro das atenções das pessoas que viajam com eles num barco no Rio Amazonas.

"Todos os passageiros a bordo dormiram em redes. Mais de cem pessoas estavam assim juntas no convés do barco. Todos nos podíamos ver uns aos outros. Este era um barco normal de transporte e todos os passageiros eram locais que estavam de viagem para visitar amigos ou familiares ou vendedores que aproveitavam toda essa concentração de gente para fazer negócio com sua venda ambulante. Nós éramos a exceção e por isso fomos muito observados."

1 2 3