O fato de a China não poupar esforços na hora de estimular as atividades empreendedoras e inovadoras impulsionou o crescimento das empresas incipientes e dos investimentos.
O Surong360.com, uma plaforma P2P de empréstimo para estudantes universitários e antigos alunos, revelou na semana passada que tinha conseguido um investimento de dezenas de milhões de yuans.
Há uma série de novas companhias que se beneficiaram dos investimentos-anjo, os realizados por indivíduos ricos ou instituições de apoio a companhias incipientes, geralmente em troca de dívidas convertíveis ou títulos de propriedade.
Criado em 2013, o Surong360.com é uma plataforma que empresta e pede dinheiro emprestado e realiza pequenos investimentos ou compras a prazos. No fim de 2014 tinha milhões de usuários registrados distribuídos por 2 mil universidades.
"Tomamos decisões de investimento imediatamente depois de conhecer um projeto que seja único e criativo", disse Cha Li, investidor-anjo e cofundador da companhia de fundos que apostou no Surong360.com.
Embora a economia chinesa como um todo esteja se desaquecendo, os jovens empresários do país estão criando uma série de empresas incipientes que se tornaram um ponto brilhante no panorama econômico e um importante motor para o futuro crescimento. O número das companhias recém-criadas na China aumentou quase 46% na comparação anual, para 3,65 milhões em 2014, o que foi um grande ganho para os investimentos-anjo na China.
O Zero2IPO Group, um provedor de serviços integrados que opera no setor de capital de risco e investimento, anunciou no fim de janeiro que as instituições chinesas de investimento-anjo tinham realizado 766 aportes no ano passado, um salto de 353% ante 2013. O valor dessas transações realizadas passou de US$ 526 milhões, um crescimento de 161,7% na comparação anual, acrescentou.
As políticas de inovação na China e os altos rendimentos seriam as principais razões para o aumento do investimento, disse Lin Dakun, analista do grupo empresarial. A China tomou uma série de medidas para criar um ambiente amigável para a inovação e empreendedorismo, com o objetivo de potencializar o crescimento e gerar postos de trabalho.
Nos últimos anos, muitas províncias e regiões chinesas abriram fundos de investimento-anjo geridos pelos governos para ajudar as instituições de investimento privado a dar apoio financeiro às empresas incipientes.
Os investidores-anjo da China preferem os setores de tecnologia, meios de comunicação e telecomunicação, que receberam 80% dos investimentos feitos em 2014, segundo Li.
No entanto, os investidores-anjo ainda não são suficientes na China. Ante os quase 350 mil existentes nos Estados Unidos, o país asiático tem apenas cerca de 500, afirmou Guo Hong, chefe do comitê de gestão do Zhongguancun, centro tecnólogico em Beijing conhecido como o Vale do Silício da China.
As empresas incipientes também precisam de mais vínculos e uma visão mais clara, declarou Lan Ningyu, diretor-executivo da AngelCrunch, comunidade online chinesa que conecta companhias incipientes com esse tipo de investidor.
"Sempre que houver uma tecnologia ou modo de negócio que for inovador e avançado, os investidores estarão dispostos a apoiá-lo", acrescentou.
Por Xinhua