O projeto chinês de desvio d'água do sul para o norte, que deve começar a operar nos próximos dias, vai aliviar a seca que tem afetado o norte do país asiático e melhorar substancialmente a produção de cereais, prevêem funcionários e acadêmicos.
A cada ano, cerca de 13% da água desviada, equivalente a 6 bilhões de metros cúbicos, deve ser destinada para o uso agrícola e ecológico e beneficiar as terras de cultivo com escassez de água, disse E Jingping, diretor do Gabinete do Desvio d'água do Sul para o Norte, órgão subordinado ao Conselho de Estado, gabinete chinês.
Atualmente há cerca de um milhão de hectares de trigo de terra seca cultivados na Província de Henan, com uma produtividade média de entre 2.400 e 3.200 quilos por hectare, explicou Huang Wei, funcionário do departamento provincial de agricultura.
"Graças à água dada pelo projeto de desvio, a produtividade média deve triplicar para entre 6.400 e 8.000 quilos por hectare", disse Huang.
A província está sofrendo a pior seca em 63 anos, com mais de 1,69 milhão de hectares de cereais com escassez de água, acrescentou.
Aos olhos de Wang Hao, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências, o projeto de desvio d'água deve ajudar a restaurar gradualmente o ecossistema no norte do país e promover a produção agrícola e garantir a segurança alimentar.
A rota intermediária desse projeto de transferência terá 9,5 bilhões de metros cúbicos de água por ano, levada por meio de bomba a partir do reservatório Danjiangkou, que se situa na Província de Hubei (centro), para as províncias de Henan e Hebei, até Beijing.
O projeto ambicioso foi uma ideia do ex-líder chinês Mao Zedong em 1952. Foi autorizado pelo Conselho de Estado em dezembro de 2002, após debates que duraram quase meio século.
por Xinhua