Hoje em dia, o setor de serviços é um dos índices mais importantes para avaliar o nível de desenvolvimento da economia de um país. Atualmente, o segmento ocupa cerca de 70% da economia mundial e o comércio de serviços responde por mais de 20% do comércio global. Normalmente, nos países mais desenvolvidos, o setor de serviços ocupa uma porção maior no Produto Interno Bruto (PIB). Por exemplo, nos Estados Unidos e na França, o segmento representa mais de 75% do PIB. Mas em outros países em desenvolvimento o índice é bem menor. Na China, por exemplo, o setor de serviços equivale a apenas 43% do PIB.
A China é a segunda economia do mundo, mas parece que sua indústria de serviços não acompanha bem o ritmo do desenvolvimento do país. Para alterar essa situação, foi realizada entre os dias 28 de maio e primeiro de junho em Beijing, capital chinesa, a primeira edição da Feira Internacional de Comércio de Serviços.
A partir agora, a Feira Internacional de Comércio de Serviços de Beijing vai ser realizada todo ano. A China está determinada a impulsionar o desenvolvimento do setor de serviços do país. E os participantes estrangeiros mostraram também a vontade de cooperar com o país asiático nesta área. Por exemplo, o presidente da Confederação Nacional de Serviços do Brasil, Luigi Nese, foi um dos importantes convidados do evento.
Ele participou do Seminário das Perspectivas de Cooperação e Desenvolvimento Econômico e Comercial entre Brasil e China, organizado pelo Centro Brasileiro de Negócios da Ásia e pela Embaixada Brasileira em Beijing.
A China já ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior parceiro comercial do Brasil, e é também o maior importador e o segundo maior exportador para o Brasil. No ano passado, o valor comercial total entre os dois países atingiu a 84,2 bilhões de dólares.
Mas o comércio sino-brasileiro é muito desequilibrado. Minério de ferro, soja e petróleo ocupam a absoluta maioria do valor comercial. Por outro lado, outros segmentos representam uma fatia bem menor. O setor de serviços, por exemplo, ocupa apenas 0,6% do comércio entre os dois países.
O presidente da Confederação Nacional de Serviços do Brasil, Luigi Nese, também confessou que o intercâmbio no setor entre os dois países é realmente pequeno. O objetivo da viagem dele à China é exatamente impulsionar as cooperações bilaterais nesta área.Ele acha que a falta de estrutura de negociações internacionais para o setor de serviços brasileiro e a demora no pedido de visto são as principais razões que impedem o desenvolvimento do comércio de serviços entre o Brasil e a China.
Luigi Nese, ofereceu ainda várias boas sugestões. Ele acha que o turismo pode ser um segmento chave para ampliar o valor do comércio de serviços entre os dois países.
O conselheiro de Comércio da Embaixada Brasileira na China, André Saboya, as empresas de ambos os países, inclusive as do setor de serviços, têm a vontade de melhorar a estrutura comercial bilateral. Ele apresentou à imprensa algumas empresas que já concentraram esforços neste aspecto e conseguiram sucessos preliminares.
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