O Conselho de Estado, ou gabinete chinês, pediu que os órgãos do governo central divulguem suas despesas com viagens ao exterior, veículos e recepções, três itens comumente vistos pela opinião pública como fontes de corrupção e desperdício.
Muitos órgãos já publicaram os dados, mas alguns especialistas temem que a divulgação dos orçamentos para esses itens tenha sido um gesto vazio.
Mais de 90 órgãos do governo central haviam divulgado suas despesas até segunda-feira. Entretanto, a maioria ofereceu apenas explicações vagas sobre suas despesas, omitindo números importantes.
"Publicar as despesas com esses itens é sem dúvida um sinal de progresso. Contudo, será necessário muito mais do que alguns números e explicações vagas para ajudar o povo comum a entender e exercer seu direito de se informar e supervisionar esses órgãos", disse Xu Guangjian, vice-reitor da Faculdade de Administração Pública e Política da Universidade Renmin.
Xu pediu a publicação de orçamentos mais detalhados, registrando o número de veículos e motoristas usados por cada órgão, bem como o valor gasto na manutenção.
De acordo com Xu, o orçamento para recepções também deveria especificar quais grupos têm direito a receber fundos públicos.
Poucos órgãos do governo central atendem aos padrões sugeridos por Xu.
"Muitos órgãos não ofereceram detalhamentos dos seus dados, o que torna impossível avaliar se suas despesas foram razoávels", disse Xu.
Muitos especialistas acreditam que a análise e a supervisão são mais importantes, e pedem que os órgãos de auditoria verifiquem os dados e publiquem relatórios de avaliação.
Diante das grandes diferenças observadas entre as quantias gastas por diferentes órgãos, Liu Shangxi, alto funcionário do Instituto de Pesquisa de Ciência Fiscal, subordinado ao Ministério das Finanças, considera que, como diferentes órgãos exercem diferentes funções, o critério essencial para ler os dados é a eficiência no desempenho.
(Xinhua)