O 12º Programa Quinquenal, que define as metas de desenvolvimento socioeconômico do país nos próximos cinco anos, coloca a propagação da energia limpa em lugar de destaque. A redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa é um dos principais índices para verificar o resultado.
Segundo o diretor da Comissão Nacional do Desenvolvimento e Reforma, Zhang Ping, as metas de redução da emissão de gases do efeito estufa são muito claras.
"Como um índice de restrição, o consumo de energia do país em 2015 deverá cair 16% em relação a 2010. No mesmo período, a emissão de gases do efeito estufa deve reduzir 17%, enquanto a emissão da poluição, entre 8% e 10%."
Há cinco anos, o governo chinês colocou pela primeira vez no seu Programa Quinquenal a meta de redução no consumo de energia. De acordo com o planejamento para o período entre 2006 e 2010, o consumo de energia por unidade do PIB deveria reduzir cerca de 20%, e a emissão dos principais poluentes, 10%. Para atingir as metas, governos de diversos escalões fizeram muitos esforços. Alguns lugares adotaram até medidas extremas como o corte do fornecimento de energia em certos horários.
Conforme um relatório publicado recentemente pela Academia de Ciências Sociais da China, o carvão deve continuar sendo o principal recurso natural para sustentar o crescimento do país. Por conta disso, a mudança do modelo energético chinês deverá ser um processo caro e demorado.
A província de Shanxi, no Norte da China, é uma das bases mais importantes na produção de energia. Era considerada, no entanto, uma das regiões mais poluídas do país. He Zhongwei, alto funcionário do Departamento de Proteção do Meio Ambiente de Shanxi, falou sobre a elaboração de metas concretas para a redução do consumo energético de sua província.
"Shanxi vai controlar o número de empresas poluidoras e vai desenvolver projetos favoráveis à proteção do meio ambiente. A província vai passar também por uma reorganização estrutural, que inclui o fechamento de instalações obsoletas."
O setor siderúrgico é o segmento que mais consome energia na China. De acordo com estatísticas oficiais, as indústrias utilizam cerca de 70% de toda a produção do país. Desse montante, as siderúrgicas já ocupam 15%.
O Taiyuan Iron & Steel Group, um dos maiores produtores de aço inoxidável, está trabalhando para ter uma convivência harmoniosa com a cidade de Taiyuan, capital de Shanxi e sede da companhia. Nos últimos cinco anos, investiu 8 bilhões de yuans em cem projetos dedicados à redução do consumo energético. O responsável pelos assuntos de energia do grupo, Han Sen, afirmou que a dedicação rendeu visíveis efeitos econômicos e sociais, além de melhorar o ambiente de Taiyuan.
"Com a reutilização da energia consumida, podemos emitir 1,2 bilhão KWh extra de energia elétrica por ano, economizando 500 mil toneladas de carvão."
Para evitar o corte do fornecimento de energia elétrica em busca de atingir as metas de redução do consumo, muitas cidades chinesas começaram a estimular o crescimento de setores limpos. Por exemplo, na cidade de Wuxi, no leste do país, o reajuste estrutural da economia será foco do trabalho da prefeitura, de acordo com o prefeito Mao Xiaoping.
"Nós continuaremos a reestruturação da economia, e devemos focar oito setores, incluindo energia solar, energia nova e medicamento biológico. O setor de serviços ganhará também um espaço maior no desenvolvimento da cidade."