O número de investidores na bolsa de valores da China cresceu de 60 milhões em 2003 para 130 milhões em 2010, o que corresponde a um décimo da população total do país. Com a habilidade de calcular a taxa de rendimento e acertar a hora de compra e venda de ações, cada um deles possui um sentimento diferente em relação ao mercado de ações. As suas histórias são pequenas, mas explicam o desenvolvimento econômico chinês.
Zhu Songlin, funcionário de uma instituição de empreendimento governamental, entrou na bolsa de valores em 1994 e já acompanhou muitos eventos importantes no desenvolvimento do mercado de capitais da China. As ações fazem grande parte de sua vida:
"O mercado de ações da China tem 20 anos e eu opero nele há 16. Isso influenciou muito o meu cotidiano. No início do dia dou uma olhada nas notícias mais importantes do caderno de economia e política, e ao meio-dia acompanho a situação do mercado e vejo os comentários. Todas as noites, analiso todas as notícias relacionadas do dia e avalio as explicações e comentários dos especialistas para ter uma ideia clara sobre tudo."
Zhu lembra com muito orgulho que a primeira ação que comprou lhe rendeu 10% de lucro. Naquela época, ele não dominava técnicas de operação, nem conhecia a "teoria de banda", lançada pelo economista norte-americano, Ralph Nelson Elliot, na qual Zhu acredita muito. Mesmo assim, ele comprou ações por recomendação dos amigos. Nos 16 anos atuando na bolsa, Zhu já passou por altos e baixos. Com o acúmulo de experiência ele está cada vez mais confiante.
Por outro lado, Li Jing, que entrou no mercado há dois anos, não acha que tem muita sorte na bolsa. Ela trabalha em uma emissora de TV e possui mais ou menos US$ 50 mil de depósito. Ela optou por não comprar um apartamento por ser muito mais caro e escolheu aplicar na bolsa na tentativa de fazê-lo render:
"Entrei no mercado em 2009 e perdi três mil logo no início. Com a experiência e mudança de estratégia, passei a lucrar aos poucos. Até agora já ganhei 12 mil, ou seja, obtive 20% de rendimento. Planejo continuar negociando na bolsa de valores por mais algum tempo para juntar dinheiro suficiente para comprar um apartamento."
Para os acionistas, a política de investimento é fator decisivo de ganho ou perda. Com cada vez mais experiência, Zhu mudou sua estratégia:
"Quando comecei a operar na bolsa, mais ou menos em 1996 ou 1997, gostava de comprar várias ações diferentes ao mesmo tempo. Cheguei a ter 14 ações na mão e vendia tudo alguns dias após a compra. Agora só compro uma ação e seguro durante cinco meses. Hoje eu acho que a minha política antiga era muito inadequada. Agora prefiro investir em ações de alto valor e as mantenho por um ou dois anos."
Já a situação de Li é diferente. Com a demanda relativamente mais urgente, ela faz transações de curto-prazo:
"Opero no curto prazo. Vendo as ações alguns dias após a compra. Mas isso é bem cansativo. Tenho de acompanhar as novidades econômicas todos os dias e analiso os índices técnicos na bolsa para ter uma avaliação da tendência no dia seguinte."
Todos os dias, Li fica atenta a quase todas as notícias econômicas, tais como aumento na taxa de juros e reajuste de políticas do governo sobre o desenvolvimento econômico. Até na hora de jantar ela acompanha os programas de economia na TV, que incomoda sua colega de apartamento. Apesar do trabalho ser cansativo, ela está confiante para o futuro:
"Com certeza vou continuar investindo na bolsa. O mercado não estava bom no ano passado e não perdi a confiança no desenvolvimento econômico do país. Desejo encontrar mais uma alta no mercado."
Seja na alegria ou na tristeza, com paixão ou desesperança, cada operador na bolsa de ações tem a sua história. Certamente o mercado de capitais da China vai continuar se desenvolvendo de forma mais madura e confiante. Para os indivíduos comuns que estão nesse jogo, a regra é simples – gozar do benefício trazido pelo desenvolvimento da nação.
(por Dong Jue)