
"Muitos chineses costumam associar os setores emergentes estratégicos aos produtos de tecnologia de ponta, como máquinas e aviões. De fato, muitos produtos estão estreitamente ligados a nossa vida cotidiana. Por exemplo, uma empresa chinesa inventou uma máquina que combina a prática de exercícios a geração de energias. O usuário faz exercícios na máquina, e esta gera energia por meio da força física que o praticante gasta."
A cidade de Shenzhen, no sul da China, sediou neste mês a 12ª Feira Internacional de Produtos de Nova e Alta Tecnologia, evento que exibiu 12 mil projetos e atraiu mais de dois mil investidores provenientes de 49 países e regiões. Na mostra, mais de cem empresas chinesas levaram seus resultados de inovação autônoma em artigos, moldes, fotos e imagens. De acordo com Chen Ya, assistente sênior do presidente da empresa, a produtora de leitor de livro eletrônico Hanvon promoveu um modelo de leitor colorido.
"Começamos a pesquisa há um ano e planejamos lançar o produto no final deste ano. Tomamos uma atitude prudente quanto à pesquisa do produto. Uma tela colorida do leitor é uma mudança essencial para os usuários. Em novembro passado, nos tornamos na segunda maior produtora do mundo, superando a Sony, ficando atrás apenas da Amazon."
Para Chen Ya, os livros eletrônicos vão ganhar um contingente cada vez maior dos consumidores por serem mais favoráveis ao meio ambiente.
A montadora de carros chinesa BYD exibiu vários modelos de carros e ônibus movidos a energias alternativas. Segundo Yi Zeming, responsável pelas relações públicas, a venda dos carros movidos a novas fontes energéticas da empresa superou, em outubro passado, 200 mil unidades.
"Estamos acelerando a popularização do produto com o apoio do governo. A prefeitura de Shenzhen também se comprometeu a oferecer subsídios ao consumidor. No caso do modelo F3, os subsídios totais somam 80 mil yuans para a compra de cada unidade. As instalações de infraestrutura também estão sendo melhoradas. Com isso, os carros deste tipo vão circular com maior frequência nas ruas."
A economia chinesa está enfrentando uma pressão cada dia maior em termos de população, recursos naturais e meio ambiente, apesar de ter mantido um crescimento rápido por tantos anos consecutivos. O atual modelo de crescimento econômico encara muitos conflitos com o meio ambiente. Em 2009, a China produziu 568 milhões de toneladas de aço, ocupando 43% da produção mundial. Porém, o PIB chinês respondeu por apenas 8,7% do PIB global. Um crescimento sustentado pelo alto consumo de recursos naturais não vai continuar funcionando.
No entanto, o desenvolvimento de setores emergentes requer muitos investimentos em pesquisa e de longo prazo na ampliação do mercado, o que restringe o avanço de muitas empresas dedicadas ao segmento. Mi Junzhou é um funcionário na filial de uma empresa sul-coreana dedicada à produção de filmes feitos com novos materiais. Para ele, o domínio da tecnologia chave é essencial na entrada no mercado.
"A China possui muitas empresas dedicadas à produção de filmes, mas nenhuma delas possui tecnologias para produzir o que temos. O domínio das tecnologias é extremamente importante."
O Conselho de Estado publicou recentemente um documento orientador para alavancar os setores emergentes. Conforme Meng Xiantang, vice-diretor do Departamento de Altas Tecnologias da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão chinês está elaborando programas de desenvolvimento para os setores emergentes, e no futuro, o apoio financeiro também será disponível.
"O país vai incentivar a inovação das empresas. A seguir, pretendemos criar, junto com outros departamentos competentes, uma plataforma de desenvolvimento para setores emergentes, inclusive o estabelecimento de centros de pesquisa e laboratórios chave."
O Ministério das Finanças iniciou, no ano passado, um plano de investimentos aos setores emergentes, que deve juntar sete províncias e criar 20 fundos para incentivar seu crescimento.
(Por Zhu Wenjun)